Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S793 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S793 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
INCIDÊNCIA DE ANTI-FYA EM ELUATO DE RECÉM-NASCIDOS
Visitas
357
JC Freitas, CES Araujo, PDS Teixeira, PFS Batista
Grupo GSH, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Introdução

A Doença Hemolítica do Recém-Nascido (DHRN) é uma condição de anemia hemolítica causada pela incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto, com os sistemas ABO e Rh sendo frequentemente envolvidos. Enquanto a incompatibilidade ABO é geralmente menos grave devido aos anticorpos IgM, que não atravessam a placenta, a incompatibilidade Rh, particularmente com o antígeno D, pode ser mais severa, pois anticorpos IgG anti-D conseguem atravessar a placenta e causar hemólise fetal. Outros anticorpos, como os do sistema Duffy, também podem estar presentes.

Objetivo

: O estudo visa avaliar a incidência de anticorpos irregulares no eluato de recém-nascidos de serviços hemoterápicos em Brasília/DF e seu impacto clínico.

Materiais e métodos

Foram analisados 2.629 testes da rotina materna entre janeiro e junho de 2024, focando em testes imunohematológicos com Coombs direto positivo e identificação de anticorpos nos eluatos. Os dados foram estatisticamente analisados.

Resultados

: Identificaram-se 166 anticorpos, representando aproximadamente 6,33% das amostras analisadas. A distribuição dos anticorpos foi a seguinte: Anti-A (75 casos, 45,2%), Anti-B (47 casos, 28,3%), Anti-D (38 casos, 22,9%), Anti-C (2 casos, 1,2%), Anti-E (2 casos, 1,2%), Anti-c (1 caso, 0,6%) e Anti-Fya (1 caso, 0,6%).

Discussão

: A análise dos resultados revelou que a incidência de anticorpos do sistema ABO na incompatibilidade materno-fetal é maior do que a dos anticorpos do sistema Rh. Isso está de acordo com a literatura, que destaca a prevalência dos anticorpos ABO na prática clínica. No entanto, o estudo observou um caso grave de icterícia devido ao anticorpo anti-B, necessitando de transfusão exsanguínea, o que contradiz a literatura que normalmente associa os anticorpos ABO a formas mais brandas de DHRN. Anticorpos do sistema Rh, como anti-D, anti-C e anti-E, foram identificados conforme o esperado, confirmando sua relevância na DHRN grave devido à alta imunogenicidade do antígeno D e à capacidade dos anticorpos IgG anti-D de atravessar a placenta. A presença de anticorpos raros, como o anti-Fya do sistema Duffy, foi observada em um caso (0,6%). Embora a literatura sugira que esses anticorpos possam causar hemólise, o recém-nascido não apresentou complicações clínicas, indicando que a incidência e impacto desses anticorpos podem ser variáveis e frequentemente menos significativos. A necessidade de protocolos claros e atualizados para a detecção e manejo de aloanticorpos menos comuns é evidente, reforçando a importância da personalização do atendimento hemoterápico para melhorar os desfechos clínicos dos recém-nascidos com DHRN.

Conclusão

: O estudo confirmou que os anticorpos ABO são os mais frequentes na rotina materna, seguidos pelos anticorpos Rh, o que está alinhado com a literatura. No entanto, o caso grave associado ao anti-B contradiz a literatura que sugere que anticorpos não-ABO e não-Rh geralmente causam formas mais brandas de DHRN. Não foram encontrados casos graves de DHRN associados a anticorpos de outros sistemas.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas