HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA doença Hemolitica do Feto e Recem Nascido (DHFR) é a complicação obstetrica decorrente da presença de anticorpos anti-eritrocitarios no sangue materno. Estes anticorpos atravessam a barreira placentária e ligam-se aos eritrocitos fetais, causando hemolise e anemia fetal, que pode ser intensa e recorrer a realização de transfusões intra-uterinas. O grupo de mulheres com maior risco de apresentar esta complicação é a de fenotipo RhD negativo porém além do anti-D (formado nessas Mulheres), os anticorpos anti-c e anti-Kell tambem estao associados a DHFR. A forma de identificar as gestantes e fetos em risco é a realização do teste de pesquisa de anticorpos Irregulares (PAI) no sangue materno, para a detecção dos anticorpos e encaminhar para o acompanhamento de pré-natal de alto risco. O PAI é indicado para todas as gestantes e raramente é realizado no Brasil com mulheres que apresentam fator Rh positivo, levando ao subdiagnostico do feto com DHFR. A PAI é um exame obrigatório a todos os doadores de sangue, o que contempla tambem mulheres em idade fertil. Com isso, no intuito de auxiliar um pré natal de qualidade com a diminuição da DHFR, uma das ações da Fundação Pró-Sangue é orientar essas possiveis gestantes quanto ao risco gestacional e a presença de anticorpos, e orientar para que em uma futura gestação essa informação seja repassada ao médico obstetra.
ObjetivosIdentificar as doadoras em idade fértil fenótipo RhD negativo ou RhD parcial e que seja candidatas a imunoprofilaxia anti-D durante a gestação, visando a melhora na aplicação da profilaxia e redução da DHFR pelo anti-D. Também identificar os anticorpos eritrocitários de relevância para a medicina transfusional na população de doadoras de sangue em idade fértil e informá-las do resultado visando reduzir o subdiagnostico e acompanhamento incorreto nos casos de DHFR.
Material e métodosTipagem sanguinea ABO e RHD em sistema automatizado, PAI e identificação em sistema cartão gel. Realização de genotipagem para os antígenos eritrocitários de relevância para medicina obstétrica por metodologia de DNA-array, Laudo caracterizado pela emissão on-line, contendo identificação da doadora, características de grupo sanguíneo e perfil imunohematologico (ABO/Rh e PAI).
ResultadosNo periodo de setembro de 2024 a julho de 2025, 5504 doadoras em idade fértil já foram notificadas sendo: 5287 mulheres com RHD negativo, 76 mulheres com RHD negativo e com presença de anticorpos irregulares, 119 mulheres RHD positivo com presença de anticorpos irregulares e 22 doadoras RhD positivas porém que apresentaram o antigeno D fraco ou parcial. Essa comunicação está ocorrendo atraves de email, contendo os resultados imunohematológicos da doadora e a explicação do contexto do exame, além de orientações em caso de transfusão, gestação ou abortamento.
Discussão e conclusãoAs doadoras em idade fertil RhD negativas, PAI positivas ou RHD positivas variantes terão o conhecimento do risco de desenvolvimento da DHFR em sua próxima gravidez e com isso evitar as complicações graves dessa doença, podendo ter o acompanhamento ideal durante o pré-natal e um olhar mais atento a gestação. É importante tambem salientar que a notificação e a prevenção da DHFR tem impacto direto na redução dos custos de internação e procedimentos, caso haja complicações após o nascimento da criança.




