HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA genotipagem eritrocitária tem se mostrado uma ferramenta essencial na investigação de casos imuno-hematológicos complexos, especialmente em pacientes politransfundidos ou com histórico de aloimunização. Sua utilização permite maior precisão na definição fenotípica em situações em que a sorologia convencional se mostra limitada.
ObjetivosEste trabalho tem como objetivo apresentar e analisar casos clínicos em que a genotipagem estendida foi fundamental para esclarecer o perfil eritrocitário e auxiliar nos testes imunohematológicos e contribuir para condutas transfusionais seguras.
Material e métodosForam analisadas 21 amostras de pacientes encaminhadas ao Laboratório de Biologia Molecular ao longo de um período de 12 meses. As principais indicações para solicitação da genotipagem foram categorizadas e as amostras foram submetidas à genotipagem dos principais sistemas sanguíneos clinicamente relevantes (Rh, Kell, Duffy, Kidd e MNS), por meio das metodologias de PCR-RFLP e Discriminação Alélica (PCR em tempo real).
ResultadosDas 21 amostras analisadas: 7 casos foram encaminhados para confirmação do fenótipo devido a discrepâncias entre o fenótipo sorológico atual e histórico transfusional; 14 casos envolveram pacientes com transfusão recente que necessitavam de investigação de possíveis aloanticorpos mascarados e a genotipagem foi utilizada para selecionar hemácia com o mesmo perfil fenotípico para aloadsorção. Quanto ao desfecho transfusional: 19 pacientes receberam transfusões compatíveis após resultado molecular e 2 pacientes não foram transfundidos; em 14 casos os resultados moleculares auxiliaram na identificação dos aloanticorpos e possibilitou descartar aloanticorpos adicionais.
Discussão e conclusãoA análise demonstra que a genotipagem eritrocitária estendida contribuiu significativamente para a resolução de casos imuno-hematológicos complexos, principalmente em pacientes com múltiplos anticorpos ou politransfundidos. A confirmação do fenótipo dos antígenos clinicamente significantes permitiu reclassificar fenótipos previamente inconclusivos ou errôneos, otimizando o tempo de resposta laboratorial e reduzindo o custo de investigações adicionais e aumentando a segurança transfusional.




