HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO Linfoma Não-Hodgkin Difuso de Grandes Células B (LNHDGCB) é o subtipo mais prevalente de linfoma não-Hodgkin, com comportamento agressivo e tratamento padrão baseado no esquema R-CHOP. A adição do Rituximabe ao protocolo tem demonstrado benefício clínico, mas o impacto do momento de sua introdução ainda é pouco esclarecido.
ObjetivosO objetivo principal do estudo é comparar o tratamento com CHOP e R-CHOP em pacientes com LNH DGCB tratados em hospital de referência na região do Grande ABC, analisando o momento da introdução do Rituximabe ao esquema e seu impacto nas curvas de sobrevida de pacientes com LNH DGCB. Ainda, será analisada a ocorrência de toxicidade hematológica secundária ao Rituximabe, com objetivo de avaliar se o maior número de ciclos da droga é realmente mais benéfico.
Material e métodosEstudo observacional retrospectivo realizado com 105 pacientes diagnosticados com LNHDGCB e tratados no Hospital Estadual Mário Covas. Foram analisadas variáveis clínicas, prognósticas e o momento de início do Rituximabe. A análise estatística incluiu curvas de Kaplan-Meier para estimar a sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG), com aplicação do teste log-rank para comparação entre os grupos.
ResultadosOs pacientes que iniciaram o Rituximabe no primeiro ciclo apresentaram SLP e SG superiores, embora sem significância estatística (SLP: p = 0,434; SG: p = 0,637), quando comparado com os grupos que permaneceram sem este medicamento durante alguns ciclos. A sobrevida global em 5 anos foi de 90,9% no grupo com Rituximabe completo versus 70% nos com atrasos, com redução absoluta do risco de 20,9% e Número Necessário para Tratar (NNT) de 4,8.
Discussão e conclusãoOs achados sugerem que o início do Rituximabe já no primeiro ciclo exerce impacto positivo e estatisticamente significativo sobre os desfechos clínicos, especialmente a SLP. A diferença nas curvas de Kaplan-Meier reforça a importância da administração precoce do anticorpo monoclonal, inclusive em cenários de atraso de apenas um ciclo. Além do benefício em sobrevida, não foi observado aumento relevante de toxicidade hematológica nos pacientes que receberam Rituximabe completo, indicando boa tolerabilidade da estratégia. Iniciar o Rituximabe no primeiro ciclo de quimioterapia pode melhorar significativamente os desfechos clínicos em pacientes com LNHDGCB. A adesão completa ao esquema terapêutico deve ser priorizada. Estudos prospectivos com maior controle metodológico são necessários para validar e expandir esses achados.




