
O transplante de medula óssea traz bons resultados em sua terapêutica para tratamento de doenças onco-hematológicas. Contudo, encontram-se alguns pacientes com indicação de transplante de medula óssea que não possuem doadores compatíveis em sua família, que dependem de doadores voluntários. A doação voluntária se dá através de cadastro no Redome. Com a pandemia do COVID-19 os cadastros foram afetados, impactando no número de doadores. Portanto, faz-se necessário demonstrar os impactos causados pela pandemia no número de doadores de medula óssea. Logo, realizou-se estudo de dados fornecidos pelo REDOME entre 2019 a 2020, relacionados às coletaS e cadastro na Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto junto ao Laboratório de HLA. Autores: Santos VT, Deghaide NHS, Martins GV, Corrêa APB, Domeneghetti MS, Roque ACM, Sartori LG. Instituição: Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto.
JustificativaFrente à pandemia(COVID-19), o Laboratório de HLA se adaptou às medidas de prevenção e recomendações do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e protocolos do Ministério da Saúde, com redução no cadastro de doadores voluntários de medula óssea. O objetivo deste trabalho foi identificar o número de doadores voluntários que foram cadastrados como doadores de medula óssea antes da pandemia, e analisar os cadastros durante esta.
Materiais e MétodosUtilizou-se um estudo observacional de critério longitudinal e retrospectivo, do tipo série temporal, utilizando a base dados fornecidos pelo REDOME, referentes ao número de cadastro de novos doadores de medula óssea no Hemocentro de Ribeirão Preto, entre 2019 e 2020. Os cadastros de janeiro a dezembro de 2020 foram comparados ao ano de 2019.
ResultadosSegundo o REDOME, o número de doadores no Brasil é de 5.522.346. O número de doadores cadastrados à Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto está acima de 265.000, o que corresponde a 4,8% do total de doadores cadastrados no país. Os total doadores em Ribeirão Preto em 2019 foi 24.130 e 18.737 em 2020. Em 2019, no Brasil foram 291.361 novos doadores, onde o Hemocentro representa 8,28% do país. A pandemia influenciou essa redução frente isolamento social e dificultou a realização de campanhas.
DiscussãoO transplante de medula óssea é uma terapêutica de resultados positivos em sua terapêutica, no entanto, necessita-se de doadores compatíveis. O número de doadores de transplante de medula óssea aumenta e no Brasil, há locais de cadastro e de coleta, chamado de hemocentro. A educação em saúde é recurso importante para informar e atualizar a população quanto à relevância do cadastro para formação do banco de doadores. Conforme dados do Ministério da Saúde, as doações de medula óssea e transplantes não chegaram a ser interrompidos na pandemia, porém foram aplicadas restrições de segurança, publicadas no portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O decréscimo de cadastros de doadores de medula óssea no Hemocentro de Ribeirão Preto e em todo o Brasil, pode estar fortemente relacionado com a interrupção de campanhas em virtude da pandemia.
ConclusãoAo comparar o registro de doadores de medula óssea no Hemocentro com dados de cadastro no Brasil, entre 2019 e 2020, nota-se que houve redução nos registros. No estado de São Paulo, a redução foi de 12,7%, passando de 69.567 para 60.744 o número de cadastros. No Brasil, de 25,66%, total de 291.361 em 2019 para 170.287 até dezembro de 2020. As restrições do período de isolamento social devido COVID-19 impactaram nos registros de doadores, assim como à não realização de cadastro e campanhas do Hemocentro, que foram suspensas em 2020.