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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S231-S232 (Outubro 2022)
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IMATINIBE E HIPERTRIGLICERIDEMIA GRAVE: RELATO DE RARA ASSOCIAÇÃO
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421
AF Sáa, LGO Correiaa, COA Correiab, LS Oliveirac
a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), Recife, PE, Brasil
b Hospital Barão de Lucena, Recife, PE, Brasil
c Universidade de Pernambuco (UPE), Recife, PE, Brasil
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Hipertrigliceridemia é um conhecido efeito colateral do inibidor da tirosina quinase (ITK) de 2ª geração, Nilotinibe. Contudo, sua apresentação em ITK de 1ª geração, Imatinibe, não chega a constar percentualmente em guia de informações sobre a droga. Os estudos disponíveis quanto à relação de Imanitibe com níveis séricos de triglicerídeos são escassos e com pequeno número de pacientes, sugerindo relação de diminuição, ao invés de elevação, da trigliceridemia.

Apresentação do caso

Paciente do sexo masculino, de 47 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus não-insulino-dependente compensados estava em tratamento para leucemia mieloide crônica (LMC) com uso de ITK de 1ª geração, Imatinibe, havia 9 meses. Embora apresentasse leucometria dentro dos limites de normalidade (8.200 células/mm3/ segmentados 61% / linfócitos 24% / basófilos 3% / monócitos 2%), o paciente não alcançava resposta molecular satisfatória, apresentando BCR-ABL de 10,59%. Como os níveis de BCR-ABL elevaram-se para 16,28%, foi ratificada a falha terapêutica, decidindo-se pela troca do ITK de 1ª geração para um ITK de 2ª geração, sendo opções disponíveis no serviço tanto Dasatinibe quanto Nilotinibe. A fim de auxiliar a melhor escolha e levando-se em conta o potencial hipertrigliceridêmico do Nilotinibe, dosaram-se níveis séricos de triglicerídeos ainda ao uso exclusivo de Imatinibe, sendo, assim, flagrada hipertrigliceridemia de 2717 mg/dL, classificada como grave (>1000 mg/dL). Optou-se, então, pela troca do Imatinibe pelo Dasatinibe associado ao início de ciprofibrato, ao que o paciente respondeu com redução importante dos níveis de triglicerídeos séricos após cerca de 45 dias (199 mg/dL).

Discussão

Causa frequente de preocupação durante o tratamento de LMC em uso de ITK de 2ª geração, em especial, Nilotinibe, a hipertrigliceridemia ao uso de ITK de 1ª geração, Imatinibe, a exemplo do caso relatado, trata-se de evento muito raro. Enquanto a frequência de apresentação de hipertrigliceridemia ao uso de Nilotinibe é descrita como comum e chega a ser quantificada em < 1%, no Imatinibe, a frequência não é descrita ou quantificada em guias de medicamentos. Tal ausência de informações pode tornar mais demorado o diagnóstico de hipertrigliceridemia nesse grupo de pacientes. Se não fossem a necessidade de troca do ITK de 1ª geração para o de 2ª geração e a possibilidade do uso do Nilotinibe, haveria possibilidade de que o paciente do caso relatado seguisse mais tempo sem dosagem de triglicerídeos séricos e, assim, mais exposto aos eventuais efeitos adversos de níveis tão elevados.

Conclusão

Dada a gravidade da hipertrigliceridemia apresentada7 e a ampla utilização de Imatinibe, consideramos interessante ao médico assistente estar atento a essa possibilidade durante seu uso e mais pesquisas sobre o tema serem avaliadas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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