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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S147-S148 (Outubro 2022)
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IDENTIFICAÇÃO DE BIOMARCADORES DE RESISTÊNCIA À ERIBULINA EM MODELOS CELULARES DE NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS
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HP Vicaria, K Limab, JCL Silvaa, LV Costa-Lotufoa, JA Machado-Netoa
a Departamento de Farmacologia, Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
b Departamento de Hematologia, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (HCFMUSP), São Paulo, SP, Brasil
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Objetivos

A eribulina é um inibidor de microtúbulos utilizado em pacientes com lipossarcoma e câncer de mama metastático. Resultados recentes do nosso grupo mostraram que a eribulina reduz seletivamente a viabilidade de uma gama de linhagens celulares de leucemias agudas, sendo uma possível opção terapêutica. Porém, a eribulina possui mecanismos de resistência que podem levar a falha no tratamento e diminuição na sobrevida. Nesse sentido, entender os mecanismos de resistência relacionados à eribulina pode ajudar a melhorar a resposta ao tratamento. O objetivo do presente estudo foi avaliar possíveis biomarcadores de resposta à eribulina, usando um painel heterogêneo de células de neoplasias hematológicas.

Materiais e métodos

Um painel contendo 13 linhagens celulares de neoplasias mieloides e 12 linfoides foi utilizado para ensaios iniciais de viabilidade celular, avaliada pelo ensaio MTT e as células foram expostas a doses crescentes de Eribulina (0.3, 0.6, 1.2, 2.5, 5, 10 e 20 nM) por 24, 48 e 72 horas. Os valores das IC50 foram estabelecidos por regressão linear. Extratos celulares de todas as linhagens foram coletados e a expressão proteica de NFkB, p-NFkB, AKT e p-AKT foi investigada por Western Blot e a expressão gênica de ABCB1, ABCC1, TUBB3 e STMN1 foi investigada por qPCR. Foi realizada uma correlação entre a IC50 para eribulina e a expressão gênica/proteica das vias previamente associadas à resistência à eribulina. O ensaio de apoptose foi realizado por citometria de fluxo em células Kasumi 1 tratadas com eribulina (2.5 e 5 nM) e/ou elacridar (1 e 2μM) e/ou PDTC (10e 20μM) por 72 horas por marcação com anexina V e iodeto de propídio. As análises estatísticas foram realizadas por ANOVA e pós-teste de Bonferroni e teste de Spearmen. Um valor de p < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados

A eribulina apresentou alta citotoxicidade nos modelos de neoplasias hematológicas. As células sensíveis à eribulina apresentaram citotoxicidade dependente da dose e tempo (IC50 variou de 0,13 a 12,12 nM por 72 h). Notavelmente, a maior IC50 para eribulina foi correlacionada com alta expressão de NFkB p65 (total e fosforilado), MDR1 (ABCB1 e ABCC1) e AKT fosforilada em células malignas sanguíneas (todos p < 0,05). Em células Kasumi 1, o tratamento combinado de eribulina com inibidor de MDR1 (elacridar), mas não com inibidor de NFkB (PDTC), aumenta expressivamente a apoptose induzida pela eribulina (p < 0,05).

Discussão

Os modelos celulares de neoplasias hematológicas mieloides e linfoides apresentaram alta sensibilidade à eribulina. As expressões gênicas e/ou proteicas de vias previamente relacionadas com a resistência a eribulina foram avaliadas em todas as linhagens tratadas e correlacionadas com a IC50 das células. A expressão e ativação de NFkB, MDR1 e PI3K/AKT foi significativamente relacionada com a resistência (maior IC50) das células. A célula Kasumi 1 foi considerada resistente e selecionada para tratamento combinado com eribulina e elacridar ou PDTC, sendo o elacridar considerado um agente potencializador nesse contexto

Conclusão

Nossos dados indicam que a expressão e ativação de NFkB, MDR1 e PI3K/AKT podem ser biomarcadores de resposta à eribulina em malignidades hematológicas e o tratamento combinado de eribulina com elacridar pode melhorar a resposta e superar a resistência à eribulina.

Financiamento

FAPESP, CNPq e CAPES.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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