
A elaboração desse projeto teve o objetivo de melhorar as funções cognitivas, principalmente a memória, dos pacientes que frequentavam o ambulatório de fonoaudiologia, através da leitura de textos, livros e revistas e proporcionar aos acompanhantes e demais usuários na sala de espera a oportunidade da leitura literária prazerosa.
MetodologiaCom esse propósito, a fonoaudióloga do ambulatório do HEMORIO montou uma biblioteca (HEMOTECA) dentro da sala de atendimento com livros doados por vários colaboradores e incentivadores do projeto. Esses livros eram separados por faixa etária, uma vez que a proposta era destinada a todas as idades, e os pacientes podiam escolher aquele que lhe interessava mais ou recomendado pela profissional. O livro era doado ao paciente e algumas atividades eram realizadas nas sessões de fonoaudiologia após a leitura do mesmo. Paralelo a esse trabalho nas sessões fonoaudiológicas com pacientes, uma vez por mês, saíamos com um carrinho de biblioteca (também doado) com livros para a sala de espera do ambulatório e fazíamos as doações para os acompanhantes e demais pacientes que aguardavam as consultas. A essa atividade demos o nome de Circuito Literário. Vale lembrar aqui que a distribuição de livros também atraía funcionários da unidade que não tinham oportunidade de comprar livros, infelizmente devido ao alto custo desse item no nosso país. Durante três anos mantivemos esse projeto ativo até que a pandemia da Covid-19 interrompeu nossas atividades. O projeto teve início em 2017 e nesse mesmo ano recebeu uma reportagem do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) publicada em https://www.conass.org.br/unidades-da-ses-criam-projetos-para-estimular-leitura-entre-pacientes-e-acompanhantes/.
ResultadosForam doados aproximadamente 750 livros literários entre infantis, infanto-juvenis e adultos. E esse projeto contou com a colaboração ativa de uma hematologista, uma psicóloga e uma fisioterapeuta que auxiliavam na separação dos livros e na mediação das doações do circuito literário.
DiscussãoA ideia era mostrar que mesmo os pacientes que apresentavam baixa escolaridade e dificuldades de leitura, poderiam se beneficiar da proposta superando os desafios da leitura quando estimulados nessa habilidade tão importante.
ConclusãoEsperamos que esse projeto inspire outras unidades de saúde a mostrarem que a leitura literária pode ser um excelente remédio para as dores do corpo e da alma.