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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S54-S55 (Outubro 2021)
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FÍSTULA AORTO-DUODENAL NA DOENÇA DE HODGKIN
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LLA Silva, AA Hofmann, RS Ferrelli, VR Siqueira, V Predebon, F Dortzbacher, XH Condori, ET Calvache, AA Paz, DH Catelli
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Objetivos

O presente estudo tem por objetivo relatar caso de fístula aorto-duodenal em paciente com Doença de Hodgkin. Relato de Caso: Paciente feminina, 39 anos, com história prévia de Doença de Crohn colônica estenosante e perianal, vinha em acompanhamento com gastroenterologia ambulatorialmente, com bom controle da doença. Devido a presença de linfonodomegalias necróticas abdominais e retroperitoneais vistas em exame de imagem, realizou-se biópsia percutânea orientada por TC de linfonodo retroperitoneal. Enquanto ainda se aguardava resultado anatomopatológico, paciente foi levada à emergência por quadro de hematêmese volumosa. Na avaliação inicial, apresentava-se hipocorada e instável hemodinamicamente, sendo necessários transfusões de 4 unidades de CHAD, 1L de cristalóide, além de droga vasoativa. Realizou EDA que mostrou coagulo em duodeno sem sangramento ativo. Devido a persistência da hemorragia digestiva alta, complementou-se a investigação com angioTc abdominal que mostrou conglomerado de lindonodomegalias circundando a aorta e em associação a coleção heterogênea com bolhas gasosas de permeio em comunicação com terceira porção do duodeno e fístula aorto-duodenal. Cirurgia Vascular interviu com correção endovascular da fístula com stent Advanta através de punção em artéria femoral. O estudo imunohistoquimico do linfonodo foi compatível com Linfoma de Hodgkin clássico, sendo posteriormente iniciado tratamento com ABVD.

Discussão

Linfoma de Hodgkin corresponde a aproximadamente 10% de todos os linfomas e sua maior incidência ocorre em adultos jovens, segunda e terceira década de vida. A manifestação clínica pode ocorrer com apenas linfonodomegalias ou com sintomas constitucionais associados e prurido. Relatos de fístula aorto-entérica (FAE) como complicação de linfomas são raros. FAE relacionada à malignidade foi relatada em uma minoria de casos, principalmente como uma complicação de tumores sólidos, como carcinoma do pâncreas e do trato gastrointestinal, ou metástases de outros tumores abdominais. Encontramos um único relato de caso descrevendo FAE em um paciente com linfoma Hodgkin refratário, que havia envolvimento de retroperitônio e desenvolveu sangramento gastrointestinal maciço, mas associado ao início da quimioterapia pois, em geral, linfomas respodem rapidamente ao inicio da quimioterapia deixando lacunas nos tecidos, predisponto a sangramentos. No entanto, nosso paciente apresentou-se com esse quadro clínico ainda na fase de investigação da neoplasia. Apesar de ser uma paresentação rara, a suspeição do diagnóstico é fundamental para o adequado manejo do paciente.

Conclusão

A raridade da apresentação clínica de fístula aorto-duodenal associado ao Linfoma de Hodgkin torna o diagnóstico desafiador. No entanto, deve-se reconhece-la, pois é uma condição frequentemente fatal, exigindo manejo imediato desses pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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