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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S314-S315 (outubro 2022)
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Open Access
FATORES ASSOCIADOS À MOBILIZAÇÃO POBRE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS PARA TRANSPLANTE AUTÓLOGO EM PACIENTES COM LINFOMAS E MIELOMA MÚLTIPLO
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AA Barrosoa, PB Martinsa, RMA Passosa,b, LLM Perobellia, V Calsavaraa, CA Netob,c
a Hospital de Transplantes Euryclides de Jesus Zerbini - Hospital Brigadeiro, São Paulo, SP, Brasil
b Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
c Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Introdução

A contagem de células CD34+ no sangue periférico (SP) pré- leucaférese é um parâmetro para prever o sucesso na mobilização e coleta de células tronco hematopoiéticas (CTH Para uma coleta bem-sucedida, mínima de 2 × 106 CD34+/kg, geralmente é necessária uma contagem de CD34+ no SP do quarto dia (D4) ≥10/ μL.

Objetivo

Analisar possíveis fatores associados à mobilização pobre de CTH definida como contagem de células CD34 + no SP do D4 < 10/μL durante a mobilização de CTH com G-CSF em pacientes com linfomas e mieloma múltiplo.

Material e métodos

Foramanalisados 285 prontuários de pacientes com diagnóstico de mieloma múltiplo, linfoma de Hodgkin e linfoma Não-Hodgkin candidatos à transplante de CTH autólogo, submetidos à mobilização de CTH com fator de crescimento de granulócitos (G-CSF) na dose entre 15-20 mcg/kg/dia, em um hospital público em São Paulo, entre dezembro de 2016 a agosto de 2021. Para avaliar os fatores associados à mobilização pobre (contagem de células CD34+ SP no D4 <10/μL), os seguintes potenciais preditores foram incluídos: sexo; idade; etnia; peso; estatura; índice de massa corpórea; diagnóstico; status da doença pré-mobilização; radioterapia prévia; número de ciclos de quimioterapia pré-mobilização; número de linhas de tratamento pré-mobilização; dosagem de G-CSF; contagem de leucócitos pré-mobilização; contagem de plaquetas pré-mobilização (≤150.000/mm3 ou >150.000/mm3); intervalo entre última quimioterapia e início da mobilização. Para avaliar a associação entre as variáveis independentes com a ocorrência do desfecho, os modelos de regressão logística uni e multivariada foram ajustados aos dados. A odds ratio (OR) juntamente com intervalos de confiança de 95% (IC95%) foram relatados. A qualidade do ajuste dos modelos foi avaliada usando o teste de Hosmer-Lemeshow e o R quadrado de Nagelkerke. O nível de significância foi fixado em 5% (valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante). A análise dos dados foi realizada usando o software R versão 4.0 (R Core Team, 2020).

Resultados

Na análise multivariada apenas dois fatores apresentaram associação estatisticamente significante com a contagem de células CD34 + no D4 no SP: doença refratária ou em progressão apresentou OR = 3,259 (95%IC; 1,138-9,337) e contagem plaquetária >150.000/mm3 OR = 0,473 (95%IC; 0,24-0,881).

Discussão

Contagem plaquetária pré-mobilização >150.000/mm3 está associada a diminuição de 53% de chance de o paciente não vir a ser mobilizador pobre. Doença refratária ou em progressão está associada a um aumento de 3,5 vezes de chance do paciente ser mobilizador pobre quando comparados aos pacientes com doença com resposta completa ou parcial muito boa.

Conclusão

A contagem plaquetária pré-mobilização é um fator associado ao sucesso na mobilização de CTH com G-CSF. Estratégias de mobilização adicionais como quimiomobilização e plerixafor devem ser reservadas para pacientes com doença em progressão ou refratária que necessitem de mobilização de CTH para realização do transplante autólogo.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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