Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S518-S519 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S518-S519 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
ESTUDO SOBRE O PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE DO RIO GRANDE DO SUL (RS)
Visitas
332
EC Limaa, IC Fontanaa, LESD Santosa, MS Souzaa, MT Kaysera, DR Almeidaa,b, D Weberb, C Zanotellib
a Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
b Onco-Hematologia, Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Passo Fundo, RS, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Introdução

Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna relacionada à proliferação descontrolada de plasmócitos na medula óssea. Possui diferentes classificações e prognósticos e seus sintomas dependem do sítio acometido. A síndrome da doença inclui hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e doença óssea. É um diagnóstico desafiador e de grande impacto na qualidade de vida. Logo, o presente estudo busca compreender as características sociodemográficas e clínicas dos pacientes com diagnóstico de MM em um hospital de grande porte do RS.

Metodologia

Estudo transversal, descritivo e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (n° 6.544.927). Foram avaliados 31 pacientes em acompanhamento no ambulatório de Hematologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP). Analisou-se os dados demográficos, comorbidades e efeitos adversos do tratamento, os quais foram coletados por meio de questionário de autoria própria e os exames laboratoriais do prontuário eletrônico (TASY).

Resultados

A média de idade e de tempo desde o diagnóstico foram de 60,6 e 5,45 anos. Predominou o sexo masculino (64,5%), raça branca (71%), religião católica (77,4%), estado civil casado (64,5%) e ensino fundamental incompleto (48,5%). 22,6% dos pacientes relataram uma comorbidade e 51,6% duas ou mais. A de maior prevalência foi hipertensão arterial sistêmica (58,1%), seguida de doença cardiovascular (29%), fratura óssea (25,8%), anemia (19,4%), hipotireoidismo (16,1%), doença pulmonar (12,9%), doença renal crônica (9,7%). Nos efeitos adversos do tratamento, predominou a perda de apetite (61,3%), seguida de perda de peso (58,1%), náuseas/vômitos (58,1%), dificuldade de visão (58,1%), cansaço (54,8%), constipação (51,6%), redução de sensibilidade (48,4%).

Discussão

O MM representa 1% de todos os tipos de câncer e 10% das neoplasias hematológicas. De acordo com o Ministério da Saúde, houve 3.064 óbitos por essa doença no BR em 2016. Concordando com a literatura, a maioria dos pacientes eram do sexo masculino com idade entre 60 e 65 anos. A literatura traz a raça negra como fator de risco, mas em nossos dados a raça branca prevaleceu - o que possui relação com a colonização predominantemente europeia no RS. Em um estudo feito no estado do MS, a cor branca também foi predominante, sendo um estado onde 47% da população se declarava branca. Há fatores relacionados ao risco aumentado dessa neoplasia, como exposição à radiação ionizante e a agentes químicos contendo hidrocarbonetos aromáticos, agentes poluentes e agrotóxicos. A maioria dos entrevistados era casada e com ensino fundamental incompleto. Do total, 22 pacientes não eram tabagistas. Sobre as comorbidades, predominou a hipertensão arterial sistêmica, um dado que não surpreende devido à alta prevalência dessa doença na sociedade. A maioria dos pacientes não reportou câncer prévio e poucos eram portadores de doença renal crônica.

Conclusão

Compreender o perfil dos pacientes com MM pode contribuir diretamente para o maior conhecimento da doença por parte dos profissionais de saúde, possibilitando diagnóstico precoce e melhor manejo da doença. Ressalta-se que com os dados coletados não é possível correlacionar, com indubitável significância, a incidência de MM em um determinado grupo demográfico. Além disso, a alta prevalência de efeitos adversos reflete a dificuldade de manter a qualidade de vida diante dos tratamentos disponíveis.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas