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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S181-S182 (Outubro 2022)
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ESTUDO DA ATIVAÇÃO ONCOGÊNICA DE FLT3 EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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HFA Bouzadaa, AK Damascenoa, CAP Poubela, TF Aguiarb, M Schrammc, FV Mellod, MM Linse, M Ikomaf, BA Lopesa, M Emerencianoa
a Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Prontobaby, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
d Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
f Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
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Introdução

A leucemia mieloide aguda (LMA) possui grande heterogeneidade genética e difícil tratamento, sendo um desafio em oncologia. Frequentemente são observadas mutações no gene FLT3 (fms-like tyrosine kinase 3), que codifica um receptor tirosina quinase muito importante nos processos iniciais da hematopoiese e cuja ativação regula vários processos celulares, como transcrição, proliferação e apoptose. Dois tipos de mutação são comuns nesse gene: a duplicação interna in tandem no domínio justamembrana (FLT3-ITD) e as mutações pontuais nos resíduos D835/I836 do domínio tirosina quinase (FLT3-TKD). Como consequência da ativação constitutiva do receptor FLT3, há maior estímulo à proliferação de clones leucêmicos. Além disso, estudos demonstram que a superexpressão de FLT3 está associada a um pior prognóstico em pacientes com LMA. Há evidências de que este desfecho possa ocorrer independentemente da presença de mutações ativadoras, entretanto, ainda há pouca elucidação sobre o assunto. Com isso, buscamos determinar o nível de expressão gênica associado ao estado de ativação oncogênica de FLT3 em pacientes com LMA.

Metodologia

Para tal, amostras de pacientes diagnosticados com LMA estão sendo recebidas de diferentes centros: Prontobaby, IMIP, IPPMG-UFRJ, Hemorio e Hospital Amaral Carvalho. Além disso, as amostras estão sendo caracterizadas quanto à ocorrência das principais alterações de risco prognóstico definidas pela European LeukemiaNet (ELN): mutações em FLT3 (ITD e TKD), NPM1 e WT1. A busca por mutações em FLT3-ITD e NPM1 está sendo realizada por análise de fragmentos, enquanto a busca por mutações FLT3-TKD e no gene WT1 está sendo realizada por sequenciamento de Sanger. Por fim, para verificar a associação entre o nível de expressão de FLT3 com marcadores de ativação desta via, dados de expressão gênica (RNA-seq) e proteica (RPPA) foram obtidos do banco de dados CCLE. Posteriormente foi realizada uma análise de expressão diferencial entre dois grupos de linhagens celulares de LMA: com mutação em FLT3 vs. com baixa expressão de FLT3.

Resultados

Até o momento, incluímos 63 amostras, sendo que a maior parte dos pacientes é do sexo masculino (51%) e com a mediana de idade de 12 anos (variação: 0-79 anos); o subtipo FAB M3 representa 13% dos casos. Do ponto de vista molecular, 14% dos pacientes possuem alteração no gene NPM1, 13% em FLT3-ITD, 1,26% em FLT3-TKD e nenhum paciente apresentou alteração no gene WT1. Seguindo a estratificação de risco prognóstico definida pela ELN, 8 pacientes foram classificados com prognóstico favorável, 6 com intermediário e 2 com prognóstico desfavorável. Nas abordagens in silico, destacam-se três genes diferencialmente expressos entre os dois grupos de linhagem celular: BCL2, STAT5 e NDRG1. Eles apresentaram expressão proporcional à observada em FLT3 (R = 0,62 p = 0,00016; R = 0,62 p = 0,00016; R = 0,7 p = 7,7e-06, respectivamente). Além disso, seus níveis transcricionais foram diretamente proporcionais aos seus níveis proteicos (R = 0,19 p = 6,2e-12; R = 0,9 p = 1,5e-12; R = 0,61 p = 0,00018, respectivamente).

Conclusões e perspectivas

A partir disso, esperamos utilizar estes marcadores para entender melhor os mecanismos de ativação oncogênica de FLT3 na LMA, o que é essencial para melhorar a estratificação de risco prognóstico desses pacientes, além de auxiliar no desenvolvimento de novas terapias para a doença.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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