HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosNo Brasil, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), é o principal instrumento para a identificação e convocação de doadores compatíveis. O cenário atual do cadastro reflete o impacto de políticas públicas, campanhas de conscientização e o papel dos hemocentros na captação de voluntários. Apesar do crescimento significativo nos últimos anos, ainda existem desigualdades regionais que podem comprometer o acesso equitativo ao transplante.
ObjetivosLevantar e analisar dados atualizados do REDOME sobre doadores de medula óssea no Brasil, descrevendo seu perfil e evolução, e comparando-os com a realidade do Ceará.
Material e métodosEste é um estudo observacional, descritivo e quantitativo, realizado com base na análise de um levantamento no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) pelo portal do INCA, consultado em agosto de 2025. Analisaram-se o total de doadores no Brasil, distribuídos por região, sexo, raça/cor e faixa etária, além das taxas de representatividade e a evolução do cadastro entre 2010 e 2022. No âmbito estadual, o foco foi o desempenho do Ceará, com dados do HEMOCE.
ResultadosO Brasil conta com quase seis milhões de doadores de medula óssea cadastrados, o que representa cerca de 2,94% da população. A maioria está concentrada na região Sudeste, seguida pelo Sul e Nordeste. No Ceará, há mais de 237 mil doadores, correspondendo a pouco mais de 21% do total da região Nordeste, com predominância feminina. No perfil geral, as mulheres representam 58% dos cadastros, e a faixa etária mais comum é entre 35 e 39 anos. Em relação à raça, a maioria se declara branca ou parda. Entre 2010 e 2024, o número de doadores no país mais que dobrou, embora tenha havido uma queda nos últimos anos, especialmente devido à pandemia de COVID-19. Mesmo assim, o Brasil permanece entre os maiores bancos de doadores do mundo. O Ceará apresentou variações significativas no número anual de novos cadastros de doadores de medula óssea ao longo do período. O crescimento foi expressivo de 2011 (3.387) até atingir o pico em 2015, com 20.500 registros, o maior valor da série histórica. Após 2015, houve oscilações, mantendo-se acima de 8 mil cadastros anuais até 2020, quando foram registrados 14.078 novos doadores. A partir de 2021, observou-se uma queda acentuada, passando de 12.214 (2021) para 4.054 (2022), seguida de uma recuperação parcial em 2023 (6.848) e 2024 (6.032, dado parcial). Essa redução recente pode estar associada a fatores como o impacto da pandemia de COVID-19, menor mobilização de campanhas e priorização de outras demandas em saúde pública.
Discussão e conclusãoO Brasil mantém um dos maiores bancos de doadores de medula óssea do mundo, apesar da desaceleração recente causada pela pandemia. No Ceará, após crescimento significativo, houve queda nos cadastros, mas há sinais de recuperação.
Referências:
https://redome.inca.gov.br/ Calixto, Sara Calixto Alves Moreira Sara, Alves Moreira, and Ana Cláudia Barbosa Honório Ferreira. "OS DESAFIOS E AS PERSPECTIVAS DA DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA." Revista Científica Pro Homine 6.3 (2024): 1-17.




