HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA hemofilia é um distúrbio sanguíneo que afeta a capacidade de coagulação de indivíduos e consequentemente a qualidade de vida dos portadores. Este estudo caracteriza aspectos epidemiológicos das internações para tratamento de hemofilia no Brasil entre janeiro de 2020 e janeiro de 2025.
ObjetivosDescrever os aspectos epidemiológicos das internações hospitalares para tratamento de hemofilia no Brasil entre janeiro de 2020 e janeiro de 2025.
Material e métodosTrata-se de um estudo epidemiológico observacional, descritivo e transversal, que analisou dados sobre internações sobre o tratamento de hemofilia (CID-10 D66/D67) no Brasil entre 2020 e 2025. A coleta utilizou dados secundários obtidos através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS).
Discussão e ConclusãoEntre o período analisado, o Brasil registrou um total de 2.864 internações para o tratamento de hemofilia. Destas, 2.452 (85,61%) foram de caráter de urgência e 412 (14,39%) eletivas. As regiões com maior prevalência de casos foram a Sudeste com 54,09% (n = 1.549), seguida pela Nordeste com 28,56% (n = 818). A menor prevalência foi observada no Centro-Oeste, com 86 internações (3%). Já em relação aos anos de internação, pode ser observada uma diminuição do número de casos em 2020 (n = 493, 17,21% do total), possivelmente relacionado com a pandemia de SARS-CoV-2. O ano com maior volume de internações foi 2023 (n = 611, 21,33% do total). Em relação aos custos, o valor médio das internações foi de R$ 1.674,78, com uma média de permanência de 6,5 dias. A região Sudeste obteve o maior custo médio, R$ 2.030,76 (1,21 vezes o nacional), e média de permanência de 6,7 dias. Já o menor valor médio foi obtido na região Nordeste, com R$ 1.173,42 (0,7 vezes o nacional) e uma média de permanência de 6,6 dias. A taxa de mortalidade brasileira no período foi de 2,27. O Sudeste apresentou a menor taxa (0,97), enquanto o Nordeste registrou a maior (5,62), 4,57 vezes superior à segunda maior taxa, observada na região Sul, com 1,23. Observa-se que as internações para o tratamento de hemofilia no Brasil, entre janeiro de 2020 e janeiro de 2025, apresentaram maior prevalência na região Sudeste, com diminuição da média do valor total em 2020, possivelmente relacionada ao SARS-CoV-2. Nota-se que a região nordeste difere das demais em relação a maior mortalidade e menor quantidade de internados, o que destaca a importância de investimentos na área, já que essa região possui o menor valor médio por internação.




