HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA Leucemia Monocítica é uma neoplasia com origem nas células-tronco da medula óssea, que acarreta produção descontrolada de monócitos. Tal proliferação anormal afeta a produção de células sanguíneas saudáveis. A doença pode se manifestar de forma aguda, com progressão rápida, ou crônica, com evolução mais lenta, mas com risco de agudização. Sua caracterização inclui infiltração de clones em sangue periférico, medula óssea e outros tecidos como pele, gengivas, fígado e baço. A forma aguda pode ser fatal em meses se não diagnosticada e tratada adequadamente, tornando crucial a definição de um perfil epidemiológico para identificar os grupos de maior risco e aprofundar o conhecimento sobre sua etiopatogenia.
ObjetivosEste trabalho teve como objetivo principal traçar uma avaliação epidemiológica da mortalidade por Leucemia Monocítica no Brasil. A análise foi fundamentada na base de dados do Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e em literaturas associadas.
Material e métodosRealizou-se um estudo de caráter retrospectivo e descritivo, com abordagem quantitativa baseada em análise de dados digitais. Foram coletados os registros de mortalidade de todos os subtipos de Leucemia Monocítica (agudas e crônicas) no Brasil, disponibilizados publicamente pelo Atlas de Mortalidade do INCA. O período considerado para a análise foi de 1979 a 2023. Os dados foram agrupados conforme a Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão (CID-C93).
ResultadosA análise dos dados de mortalidade por Leucemia Monocítica no Brasil, entre 1979 e 2023, demonstrou que a maioria dos óbitos ocorreu no sexo masculino, com 703 mortes, em comparação com 623 no sexo feminino, o que representa aproximadamente 53% do total de óbitos. Os dados para a Leucemia Monocítica revelam um cenário com os maiores números absolutos de óbitos entre 70 e 79 anos (249 mortes) e, 60 e 69 anos (242 mortes). Registros expressivos também foram observados na população com 80 anos ou mais (207 mortes) e entre 50 e 59 anos (171 mortes).
Discussão e conclusãoOs números absolutos de óbitos por Leucemia Monocítica apresentaram grande variabilidade anual entre 1979 e 2011. Ao se comparar o total de óbitos ocorridos entre 2002-2011 (270 mortes) com a década seguinte, 2012-2021 (439 mortes), nota-se um aumento de aproximadamente 62,6%. Em contrapartida, a análise da distribuição proporcional de mortes evidencia uma tendência de queda ao longo das últimas cinco décadas. Essa aparente contradição ‒ aumento absoluto de óbitos, mas redução proporcional em relação ao total de neoplasias ‒ pode indicar elevação global no número de diagnósticos, tanto de leucemia monocítica quanto de outras, ampliando simultaneamente numerador e denominador. Os resultados apontam para maior prevalência de mortalidade por Leucemia Monocítica em homens e evidente predomínio de óbitos em faixas etárias avançadas, especialmente entre 60 e 79 anos. A análise revelou duas tendências opostas: uma redução na proporção de óbitos pela doença em relação a outras neoplasias e, simultaneamente, um aumento significativo no número absoluto de mortes por esta patologia na última década.
Referências:
Fonte primária dos dados de mortalidade: Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA), disponível em:https://www.inca.gov.br/app/mortalidade.




