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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 896
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EPCORITAMABE E CUIDADOS DE ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
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VS dos Santos, TS Silva, J Simon, NM Harkovtzeff, KM Mensch
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Epcoritamabe (EPKINLY®) é um anticorpo monoclonal biespecífico humanizado IgG1, anti CD3/CD20, aprovado pela Anvisa em dezembro de 2023 para pacientes adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), recidivado ou refratário após duas ou mais linhas de terapia. Com boa taxa de resposta global, envolve riscos importantes como: síndrome de liberação de citocinas (SLC) (febre, hipotensão, hipóxia, arrepios, taquicardia, cefaleia e dispneia), síndrome de neurotoxicidade associada às células efetoras imunes (ICANS) (afasia, nível de consciência alterado, perturbações cognitivas, fraqueza motora, convulsões, edema cerebral), síndrome de lise tumoral (SLT) e infecções graves. O uso de pré-medicação (corticosteroide, anti-histamínico e antitérmico) é indicado para reduzir o risco de SLC, mas aos primeiros sinais/sintomas deve ser instituído tratamento com tocilizumabe e/ou corticosteroides. Na ICANS, o tratamento inclui corticosteroide e anticonvulsivante, como levetiracetam. O epcoritamabe, como outros biespecíficos, requer treinamento continuado e atenção por parte da equipe de enfermagem, a fim de garantir a segurança ao paciente e eficácia do tratamento.

Objetivos

Descrever os principais cuidados de enfermagem adotados para administração do epcoritamabe em um hospital universitário do sul do Brasil.

Material e métodos

Trata-se de um relato de experiência baseado na prática assistencial desenvolvida na unidade de internação onco-hematológica.

Discussão e conclusão

Os principais cuidados foram: avaliação do histórico de alergias, monitoramento de sinais vitais e estado geral do paciente; vigilância do nível de consciência, aplicação da escala ICE (Immune Cell Encephalopathy); controle da diurese; orientações sobre necessidade de administração de pré-medicação e potenciais reações adversas, importância de comunicar quaisquer sintomas; hidratação prévia do paciente; conferência do preparo, armazenamento e identificação da solução; monitoramento da infusão, observando possíveis reações adversas imediatas; conferência do material de emergência, deixando ao alcance para rápida intervenção; registro em prontuário; monitorização de reações tardias. Além desses cuidados específicos, mantemos a rotina de cuidados com pacientes em tratamento imunossupressor: vigilância de exames; orientação para prevenir infecções, quedas, sangramentos; controle de sinais vitais e peso; orientação sobre higiene pessoal adequada, com ênfase na higiene de mãos; higienização de superfícies; cuidados com acesso venoso central; e medidas de precaução de contato em caso de microrganismos multirresistentes. Assim, o manejo de pacientes onco hematológicos em regime intensivo já é parte da rotina, mas complicações como SLC e ICANS são desafiadoras, especialmente por serem semelhantes com outras complicações, como a sepse. Dito isso, é essencial o treinamento continuado para a equipe de enfermagem. Por fim, diante da gravidade potencial das toxicidades associadas ao epcoritamabe, a qualificação permanente da equipe de enfermagem é indispensável para a promoção de cuidados seguros e eficazes, contribuindo para a prevenção, detecção precoce e intervenção rápida frente a eventos adversos graves.

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Referências:

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Epcoritamabe: novo registro. 2023 2.

Thieblemont et al. Epcoritamab, a novel, subcutaneous CD3xCD20 bispecific T-cell–engaging antibody, in relapsed or refractory LBCL: Dose expansion in a phase i/ii trial. JCO. 2023;41:2238-47.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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