
Este trabalho tem como objetivo apresentar a eficiência do procedimento de dupla- checagem pré- transfusional em evitar transfusões com incompatibilidade ABO/RhD, garantindo maior segurança na assistência ao paciente.
Material e métodosTrata-se de uma análise quantitativa dos incidentes registrados relacionados á assistência hemoterápica e a transfusão incompatível ABO/RhD devido a não realização da dupla- checagem. As informações foram obtidas por meio de documentos do processo de qualidade do Hospital Santa Catarina de Blumenau (HSC), Blumenau SC Brasil, considerando o período de aplicabilidade da dupla checagem e o instituída entre 2016 e 2021.
ResultadosConforme preconizado pela legislação às instituições de saúde devem garantir a segurança na prescrição, uso e administração de sangue e hemocomponentes; e a dupla checagem é uma estratégia amplamente utilizada. No período de 2016 a 2021 houve um total de 19.556 transfusões e um total de 569 incidentes registrados, sendo dois eventos relacionados com ABO/RhD incompatível, sem ocorrência de Reação Hemolítica Aguda. Após investigação evidenciou-se a não realização da dupla checagem para liberação do ABO de um paciente que não possuía histórico no hospital e outro incidente não foi seguido o protocolo. A rotina de dupla checagem se comprova através das assinaturas e registro profissional dos colaboradores envolvidos em formulário padrão e é descrita também em evolução padrão do procedimento e liberação eletrônica de resultados.
DiscussãoEste estudo buscou verificar a efetividade da Dupla- Checagem no Processo Transfusional. O estudo foi conduzido pela equipe da Agência do HSC. Os resultados sugerem que a segurança está diretamente relacionada com os processos de qualidade. O processo de inovação nas instituições de saúde pode ser desenvolvido de várias formas. Assim, a inovação pode ser implementada na melhoria de processos, nas mudanças de layout, nas novas formas de abordar o paciente, na aquisição e manejo de tecnologias, na proposição de uma logística mais ágil ou uma forma própria e motivadora do serviço.Sabendo-se que o colaborador é uma variável importante no processo de trabalho e precisa ser acolhido e capacitado para o atendimento em hemoterapia conforme está na portaria de consolidação número 5 de 2017 que estabelece que os serviços de hemoterapia possuam programa de treinamento e capacitação de pessoal, constituído de treinamento inicial e continuado relacionado com as tarefas específicas que são realizadas pelos profissionais, além de noções sobre medicina transfusional, boas práticas de laboratório e biossegurança. O sucesso na gestão do risco da transfusão incompatível vai depender da eficácia do serviço em fazer cumprir as rotinas do protocolo institucional e do treinamento aplicado aos colaboradores. A segurança hemoterápica se faz na garantia da qualidade nas etapas de preparo, administração do sangue e todo seu monitoramento.
ConclusãoPor fim, pode-se concluir que a realização da dupla checagem, se realizada conforme protocolo estabelecido, tem efetividade na prevenção da transfusão incompatível ABO/ RhD porém os colaboradores envolvidos no processo devem possuir conhecimento técnico- científico em hemoterapia.