O efeito Nocebo é antagônico ao efeito placebo, o qual ocorre quando uma pessoa desenvolve sintomas e efeitos colaterais de uma doença ou de um medicamento, simplesmente porque leu ou foi alertado sobre tal possibilidade. Muitos termos e palavras ditas pelos médicos ou profissionais da saúde que lidam diretamente com o paciente, implica diretamente de forma positiva ou negativa, o que nesse caso, poderá culminar em um novo tipo de efeitos adversos à medicamentos. Os profissionais de saúde não podem sonegar informações ao paciente, o que no caso de pacientes curiosos pode ser uma oportunidade para promoção do efeito nocebo.

Enfatizar aspectos negativos propostos pelo efeito Nocebo, evidenciando seus reflexos negativos sob uma série de sinais e sintomas.

O presente estudo qualifica-se como uma revisão da literatura com abordagem narrativa, elaborada a partir da utilização das bases de dados SciELO e PubMed, onde por meio dos descritores: Transtorno de conversão; Placebo reverso; Poder da mente, foi possível analisas 52 artigos publicados entre os anos de 2016 e 2021.

Um estudo publicado na revista científica Deutsches Arzteblatt International analisou diversas pesquisas feitas sobre o efeito Nocebo, cerca de 2.200 estudos examinaram o efeito placebo, mas apenas algumas dezenas exploraram o efeito Nocebo. Em outro estudo, os pesquisadores dividiram aleatoriamente em dois grupos 50 pacientes com dor crônica na região intercostal, a um grupo foi dito que um teste de flexão da perna poderia aumentar um pouco as dores que sentiam, ao outro foi explanado que o exercício não iria afetar as dores nas costas, como resultado, os que foram avisados sobre a dor relataram sentir dores em uma maior intensidade e não realizaram o exercício tão bem quanto aos que não foram avisados. A pesquisa ainda mostrou que pessoas que pensavam ter recebido um medicamento podiam desenvolver os efeitos colaterais da droga sem que ela de fato, fosse administrada.

Com base nos estudos, o efeito Nocebo, deriva das expectativas negativas do doente face à sua doença, associando à ansiedade envolvida. Este efeito pode ser traduzido no aumento significativo de sintomas não específicos, originando como consequência,  alterações no foro psicológico, podendo culminar em desatenção, cansaço, náuseas, fadiga, cefaleias, insônias e sensação de mal-estar, em geral. Sugere-se que a informação muito detalhada sobre possíveis efeitos colaterais pode originar o aparecimento desses mesmos efeitos, muitos dos quais não teriam ocorrido se a informação não tivesse sido tão pormenorizada.