HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosAs doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários abrangem condições como anemias, leucemias, linfomas, coagulopatias e deficiências imunológicas. Com impacto expressivo na morbimortalidade e na demanda por hospitalizações, essas patologias representam um desafio para a saúde. Este estudo analisa seu perfil epidemiológico no Brasil, com base nos dados de internações dos últimos 5 anos.
ObjetivosAnalisar o perfil epidemiológico das internações por doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários nas regiões do Brasil no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2024.
Material e métodosRealizou-se um estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo com base nos dados secundários fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Departamento de informática do SUS (DATASUS). Neste estudo, foram incluídos dados referentes a internações de indivíduos de todas as idades diagnosticados com alguma doença do sangue, dos órgãos hematopoéticos ou transtornos imunitários relacionados.
Discussão e conclusãoNo Brasil, nos últimos 5 anos, foram registradas 573.613 internações por doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e alguns transtornos imunitários. Ao observarmos as regiões brasileiras, a Sudeste foi a que mais apresentou casos, 44,65% (n = 256.148), seguida pela Nordeste, 24,1% (n = 138.217), Sul, 16,32% (n = 93.608), Norte, 7,91% (n = 45.359) e pela Centro-Oeste, 7,02% (n = 40.281). Analisando a faixa etária, pacientes a partir dos 60 anos representaram a maioria dos casos de doenças hematológicas nesse período, correspondendo a 38,98% (n = 223.598) dos casos, além do maior número de óbitos, cerca de 67,28% (n = 19.430) do total de mortes. O valor médio por internação é de 867,29 reais, porém as internações pediátricas tendem a superar esse número, podendo chegar até 1.872,81 no caso de pacientes menores de 1 ano, um aumento de 115,93%. Quanto ao sexo, o masculino representou 46,13% (n = 264.630) dos casos, tendo sido mais prevalente que o feminino. Entretanto, as mulheres apresentaram o maior índice de óbitos, cerca de 50,32% (n = 14.534) do total, com a região Sudeste sendo responsável por 51,3% (n = 7.457) destes. Em relação à média de permanência hospitalar, a região Nordeste foi a que apresentou o maior período de internação (n = 6,4), cerca de 10,35% mais elevado do que a média nacional (n = 5,8). As internações por doenças do sangue, dos órgãos hematopoéticos e transtornos imunitários foram mais frequentes na Região Sudeste, especialmente em pacientes com 60 anos ou mais. Houve maior prevalência no sexo masculino, embora a mortalidade tenha sido maior entre mulheres. Destacam-se também os custos mais altos nas internações pediátricas e o maior tempo de internação na Região Nordeste. Esses dados ressaltam a importância de políticas voltadas à prevenção, diagnóstico precoce e ao aprimoramento do manejo dessas doenças no Brasil.




