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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 531 (novembro 2020)
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DOENÇA DAS CÉLULAS FALCIFORMES E COVID-19: UMA REVISÃO DE LITERATURA
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E.G. Fariasa,b, S.O. Rodriguesa,b, E.O. Bragaa,b, J.M. Costaa,b, L.S.L. Sobreiraa,b, I.V.B. Calhaua,b, T.S. Santosa,b, T.C.C. Fonsecaa,b,c
a Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil
b Núcleo de Estudos e Orientação em Oncohematologia Pediátrica, Itabuna, BA, Brasil
c Grupo de Apoio a Crianças com Câncer (GACC), Hospital Manoel Novaes, Itabuna, BA, Brasil
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Este estudo busca compreender, a partir das produções científicas, as implicações da COVID-19 em pacientes com doença falciforme. Trata-se de uma revisão integrativa de literatura construída a partir da busca na base de dados MEDLINE da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, utilizando-se das ferramentas de busca do PUBMED, na qual foram encontrados 35 estudos. Após a leitura dos resumos, foram selecionados 16 artigos para leitura na íntegra. De acordo com a pesquisa, verificamos que grande parte dos pacientes portadores de doença falciforme e com resultado positivo para COVID-19, pode desencadear graves complicações pulmonares, crise vaso-oclusiva (CVO) e Síndrome Torácica Aguda (STA), mesmo na ausência de sintomas gripais. Em relação ao índice de mortalidade, percebeu-se que as pessoas que tiveram genótipos geralmente associados a DF mais leves (tipos HbSC ou HbSβ +-talassemia), são mais propensas a desenvolver um quadro mais grave, necessitar de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e até mesmo evoluir para óbito. No que se refere ao gênero e à idade, verificou-se que o sexo feminino predominou com 56,8% dos casos, e a faixa etária prevalente entre 20-40 anos, no entanto, estes dois fatores não foram evidenciados como agravantes em pessoas com DF. Em relação ao tratamento, a maioria dos artigos cita que foi realizado o tratamento de protocolo padrão para as complicações pulmonares, CVO, STA e demais a depender dos sintomas que eles apresentavam. Há relatos de desenvolvimento favorável rápido do estado respiratório de dois pacientes, 45 e 16 anos, com anemia falciforme e COVID-19 grave tratados com tocilizumabe que, por sua vez, age inibindo a transdução do sinal de citocinas pró-inflamatórias minimizando o estado hiper inflamatório causado pela infecção. No mais, infere-se que a infecção por SARS-CoV-2 aumenta o risco de tromboembolismo e CVO em pacientes com traço falciforme, enquanto que em pacientes com anemia falciforme a principal complicação é a STA. Nesse contexto, o rastreamento de trombose pulmonar através de exames laboratoriais e clínicos é crucial para um bom prognóstico. Diante do exposto pela revisão de literatura realizada, observou-se que, apesar da maioria dos desfechos serem favoráveis, são necessários mais estudos para esclarecer a relação entre os genótipos da doença falciforme e as complicações causadas pelo coronavírus, bem como para definir a terapia mais segura e eficaz nesses pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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