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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S385-S386 (Outubro 2022)
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DOAÇÃO DE SANGUE POR HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS EM UMA RODA DE CONVERSA
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408
LS Ferreiraa, KP Roriza, TCNC Ferreirab, ABR Oliveiraa, SV Baiãoc, KB Fonsecac, FMGC Bandeiraa
a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Ciências Médicas (FCM), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Enfermagem (FENF), Rio de Janiero, RJ, Brasil
c Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Fomentar o debate sobre a importância do ato da doação de sangue por homens que fazem sexo com homens (HSH); integrar o conhecimento entre profissionais convidados da área da saúde e inscritos mediante uma roda de conversa; promover um ambiente confortável para um diálogo produtivo e informativo; compreender o entendimento da população sobre a revogação da restrição da doação de sangue por HSH.

Material e métodos

Evento organizado por projetos de extensão e iniciação científica da Universidade, no qual optou-se pela roda de conversa como instrumento de pesquisa qualitativa. O público-alvo inicial foram os HSH, porém aberto para toda comunidade interna e externa à Universidade. A divulgação e inscrição foram feitas através de mídias digitais. Os presentes foram incentivados a responder e pensar criticamente sobre questões pertinentes ao tema e em motivos não ligados ao preconceito que pudessem justificar as prévias barreiras para doação de sangue por HSH. Outra dinâmica para suscitar o debate foi a de compartilhar com o grupo um sentimento pessoal relativo a doação de sangue pela população em questão. Um formulário de avaliação do evento foi disponibilizado ao final.

Resultados

Houveram 43 inscrições, sendo 42 (97,7%) alunos da Universidade. Compareceram 20 participantes, sendo 19 (95%) vinculados à instituição. Do grupo, 16 (80%) eram mulheres. Os 20 (100%) presentes afirmaram ter gostado da roda de conversa, com 97% satisfeitos com a mesma. Os 20 (100%) indicaram interesse em comparecer em outro evento organizado pelos projetos envolvidos. Aspectos positivos mais mencionados nas respostas foram (a) abordagem temática, (b) ambiente acolhedor, (c) troca de experiências. Quanto aos negativos, ressaltou-se a falta de mais tempo para discussão e a baixa presença do público-alvo e público geral. Ficou claro que a supressão da restrição da doação por HSH não foi comunicada efetivamente para a população à época de seu acontecimento. Alguns só tomaram ciência a partir da divulgação da roda de conversa e por meio dela.

Discussão

A partir da rescisão da restrição da doação de sangue por HSH em 2020, veio à tona a necessidade de difundir informações acerca da temática, envolta por anos de preconceito e marcada por estigmas. O maior número de mulheres, poucos homens - e dentre esses, reduzida presença do público-alvo inicial - pode ter relação com esse fato, já que os HSH podem não se sentir a vontade em doar ou constrangidos em fazê-lo após tanto tempo de privação do exercício desse ato de cidadania. Urge que, como atores sociais, o governo e as universidades desenvolvam ações a fim de promover o tema e incluir na prática esse grupo entre os doadores de sangue. Ainda existem barreiras que impedem que o conhecimento gerado nas Universidades cheguem ao público em geral, o que pode justificar a baixa presença de não universitários no evento.

Conclusão

Ressalta-se a importância da roda de conversa como meio de pesquisa e produção de dados, com potencial para ampliar os debates acerca da doação de sangue. O método utilizado agradou a maioria dos presentes, explicitando a importância do ouvir e ser ouvido na construção e reconstrução de perspectivas. O planejamento de mais ações como a realizada neste trabalho faz-se relevante, assim como a otimização do tempo de debate e a ampliação da divulgação, visando atingir o público-alvo e a comunidade externa.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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