
Ressaltar a sobreposição de características clínicas entre a infecção pelo Epstein-Barr Virus (EBV) e as doenças linfoproliferativas, com destaque para alterações hematológicas como leucocitose e trombocitopenia, além de esplenomegalia e linfonodomegalia. Dada essas semelhanças e a alta prevalência da mononucleose na população, com destaque no contexto pediátrico, a exclusao de etiologias malignas, bem como a detecção precoce do EBV e de extrema importância para uma conduta adequada, considerando a gravidade desse diagnostico diferencial.
Material e métodosRelato de caso.
ResultadosPaciente LSCP, 13 anos, masculino, apresentou quadro de diarreia, dor abdominal, cefaleia e estado subfebril por 1 semana, além de perda ponderal de 4 kg. Após 7 dias de sintomas, evoluiu com sudorese noturna e persistência do quadro subfebril. Procurou atendimento médico e foram solicitados exames laboratoriais, ultrassonografia e encaminhamento a hematologia pediátrica. Os exames identificaram leucocitose importante (> 30000 leucócitos/ mm³) e linfocitose, com presença de 80% de linfócitos atípicos, além de aumento de LDH (467 UI/L), fosfatase alcalina (330 U/L), TGO (258 U/L), TGP (455 U/L) e GGT (217 U/L). A ultrassonografia revelou esplenomegalia acentuada e o exame físico evidenciou linfadenopatia cervical anterior bilateral. Diante do quadro, foi solicitado sorologia para EBV, monoteste e imunofenotipagem de sangue periférico (IMF), com IgM e monoteste positivos e IMF com linfocitos T CD8+ maduros com expressões fenotipicas (CD38+ e HLA-DR+) relacionadas a ativação de linfócitos T. Os resultados foram compatíveis com infecção por Epstein-Barr e houve melhora dos sintomas após 2 semanas.
DiscussãoA investigação do EBV em quadros de linfadenopatia, esplenomegalia e alterações hematológicas, como leucocitose e linfocitose, e indispensável para excluir demais etiologias onco-hematologicas, como as doenças linfoproliferativas.
ConclusãoA infecção pelo Epstein-Barr vírus desencadeia manifestações multissistemicas, podendo ocasionar dúvidas em relação ao diagnostico. Sendo assim, conhecer as particularidades e possíveis diagnósticos diferenciais de prognostico reservado, e imprescindível para condutas assertivas e seguimento adequado do paciente.