A hemofilia A é uma doença hemorrágica hereditária que exige cuidados contínuos para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida. Com os avanços terapêuticos, o Emicizumabe tem se destacado como uma alternativa eficaz na profilaxia de sangramentos, promovendo maior autonomia aos pacientes. O sucesso do tratamento depende do entendimento e da aceitação às orientações da equipe multiprofissional. Assim, desenvolver conteúdos educativos é fundamental para promover conhecimento, segurança e autocuidado.

Este estudo teve como objetivo elaborar um material educativo para pacientes com hemofilia A em uso do Emicizumabe em um Centro Tratador de Hemofilia (CTH) do Nordeste, visando estimular a adesão, o autocuidado e a segurança no manejo da terapia.

Trata-se de um estudo metodológico em três etapas: 1) Revisão da literatura sobre o uso do Emicizumabe e necessidades educativas; 2) Elaboração de material compreensivo, baseado em evidências e diretrizes clínicas; 3) Avaliação do conteúdo por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros e farmacêutico.

Foi produzido um conteúdo abordando informações essenciais sobre a profilaxia com Emicizumabe. Durante os treinamentos no CTH, as enfermeiras explicavam: definição do medicamento, os tipos de doses, frequência de uso, recomendações de segurança pré-tratamento, possíveis reações adversas, manejo de sangramentos persistentes, conduta em procedimentos invasivos, abordagem sobre a medicação: acondicionamento, higiene das mãos, preparo e administração da medicação, registros e descarte de materiais. Ao final das sessões (dose de ataque), entregava-se ao paciente um material educativo em duas vias: uma para leitura e esclarecimento das possíveis dúvidas, e outra arquivada no prontuário. O paciente assinava o recebimento, reforçando o compromisso com o aprendizado.

Os resultados destacam a importância de um conteúdo bem elaborado e treinamentos específicos e individualizados para pacientes em uso de Emicizumabe, compatível com estudos sobre o tema. As orientações abordaram aspectos essenciais, promovendo maior autonomia, segurança e adesão ao tratamento. A entrega do material reforça o entendimento e o autocuidado, enquanto a assinatura no documento evidencia o compromisso do paciente com o aprendizado. Essas ações contribuem para o manejo seguro e eficaz da terapia. A elaboração de um conteúdo educativo estruturado, a realização de treinamentos específicos individualizados e avaliação anual do preparo e administração da medicação no CTH são estratégias eficazes para melhorar o entendimento e a autonomia dos pacientes com hemofilia A em uso de Emicizumabe. Essas ações favorecem a segurança, reduzem complicações e elevam a qualidade de vida. Recomenda-se a continuidade e ampliação dessas práticas, além da avaliação contínua de seu impacto na adesão e nos desfechos clínicos.