Compartilhar
Informação da revista
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 623
Acesso de texto completo
DESAFIOS NA COLETA DE GRANULÓCITOS EM UM HOSPITAL ONCOLÓGICO: UM RELATO DE CASO
Visitas
99
AC Souza, LP Bittencourt, BF Lima, EA Souza, MAP Cardoso, MPN Abrahao, DR Vidal
Instituto Nacional de Câncer, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

Mais dados
Introdução

A transfusão de granulócitos é indicada nos quadros de neutropenia severa (<500/µL) com infecções não responsivas às terapias convencionais. A coleta de granulócitos é feita através de aférese em equipamentos automatizados de fluxo contínuo ou intermitente. Para viabilizar o procedimento, o doador necessita de acesso venoso adequado, passar por triagem clínica/sorológica e avaliação do hemograma (contagem de leucócitos > 5.000/µL), e realização de prova de compatibilidade. Esta etapa é conhecida como rastreamento. Os exames têm validade de 72h. Após aprovação, o doador passará por estimulação medicamentosa com Corticoide oral e/ou fatores de crescimento subcutâneo (G-CSF) para a coleta. O produto deverá ser coletado e infundido em até 24 horas. Objetivo: Descrever os desafios na efetivação de coleta de granulócitos para paciente em pós transplante imediato de medula óssea.

Descrição do caso

Material e Métodos

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de caso. O caso foi acompanhado em um hospital federal oncológico localizado no Rio de Janeiro, em julho de 2025. Resultados e

discussão

Foram captados 12 doadores ABO/Rh compatíveis pela família, sendo elegíveis e coletados apenas 3 (25%). Tipos de impedimentos encontrados: 4 (33,5%) acesso venoso inadequado; 1 (8,3%) leucometria baixa; 1 (8,3%) sem condições emocionais; 1 (8,3%) desistência de coleta; 1 (8,3%) menor de idade sem RG; 1 (8,3%) diarreia aguda. Vale ressaltar que a primeira coleta ocorreu 1 semana após o início da captação dos doadores. Após a terceira infusão de granulócitos no paciente, houve melhora clínica e suspensão de novas transfusões. Além das exigências técnicas para o procedimento proposto, encontramos outros desafios que aumentam a complexidade na obtenção deste produto, tais como: 1) Disponibilidade de tempo dos doadores: O procedimento demanda duas vindas do doador ao serviço: a primeira para rastreamento, orientações sobre o procedimento e entrega das medicações, a segunda para a doação, que leva, em média, duas horas; 2) Orientações sobre a mobilização: Deve ser feita de maneira clara e didática pois exige a compreensão sobre a administração por vias oral e subcutânea no horário correto a fim de otimizar a coleta do produto; 3) Comunicação intersetorial e multidisciplinar: é necessário a coesão de vários setores da Hemoterapia (Recepção, Triagem Clínica, Aférese, Imunohematologia e Sorologia) e da instituição (farmácia, clínica solicitante).

Conclusão

A captação de doadores de granulócitos é essencial uma vez que a perda de potenciais doadores é significativa. A Multidisciplinaridade de setores envolvidos aumenta o risco de falha na comunicação. Cabe destacar que há escassez de relatos de caso sobre os desafios na seleção do doador e no sucesso da coleta, tornando esse trabalho uma contribuição importante nesse tema. Acrescido ao fato, o procedimento é pouco frequente e realizado em caráter de urgência o que dificulta a obtenção de doadores e padronização dos fluxos.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas