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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S45-S46 (outubro 2024)
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DEFICIÊNCIA DE FERRO NA GRAVIDEZ: IMPLICAÇÕES PARA A MÃE E DESENVOLVIMENTO FETAL
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LN Faveroa, GB Sidiãob, SZ Jorgeb, M Chaluppec, GB Mulisanib, JMB Carvalhod, LH Yamamotoc, CIC Silvab, GA Sampaioa, G Suhette
a Universidade Santo Amaro (UNISA), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
c Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), São Caetano do Sul, SP, Brasil
d Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e Centro Universitário FAM, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

O ferro possui papel fundamental em diversas funções biológicas do nosso corpo, sendo importante para o período da gravidez, que exige maior demanda desse componente para o metabolismo da mãe e do feto. Nessa fase é comum ocorrer deficiência de ferro, a qual pode ser oriunda do período pré-gestacional, em que ocorrem fluxos menstruais intensos e baixa ingestão de ferro, ou pode ser originada durante a gravidez. Essa baixa de ferro resulta em diversos riscos para a mãe e para o feto, como parto prematuro e restrição do crescimento intrauterino, além de impactar no desenvolvimento neurológico do recém-nascido a longo prazo.

Objetivo

Analisar a deficiência de ferro na gravidez e suas eventuais implicações para a mãe e desenvolvimento fetal.

Metodologia

Trata-se de uma revisão de literatura, em que foram realizadas análises na PUBMED, Scielo, Cochrane e Lilacs, utilizando como descritores em saúde DeCS: “Iron Deficiency”, “pregnancy”, “fetal development”.

Resultados

Os efeitos da deficiência de ferro na gestante podem acarretar em anemia, trabalho de parto prematuro, aumento do risco de hemorragia pós-parto e, consequentemente, a necessidade de transfusão sanguínea. No feto, a deficiência de ferro pode causar baixo peso ao nascer, além de afetar negativamente o desenvolvimento cerebral, resultando em comprometimentos neurocognitivos. As consequências neurológicas da deficiência de ferro fetal e neonatal podem ser divididas em três categorias: déficits neurológicos agudos, anormalidades de saúde mental de longo prazo e efeitos no neurodesenvolvimento da deficiência de ferro pós-natal precoce. Os domínios comprometidos incluem cognição geral, função motora, processamento de memória, função executiva, engajamento, afeto e humor. Em relação à prevenção, recomenda-se a análise laboratorial do perfil de ferro nas gestantes desde o primeiro trimestre, e, se possível, até 6 meses antes da gestação.

Discussão

A deficiência de ferro (ID) na gravidez é prevalente, especialmente em países de baixa e média renda, e está associada a complicações significativas para a mãe e feto, como parto prematuro, baixo peso ao nascer, aumento da mortalidade materna e neonatal, e maior suscetibilidade a infecções. Nossos achados corroboram os resultados de Li et al. (2020) e sugerem, em concordância com Prado et al. (2019), que intervenções precoces podem mitigar esses efeitos adversos. A placenta adapta-se à ID aumentando a expressão de transportadores de ferro, mas essa compensação pode ser insuficiente em casos graves, comprometendo o desenvolvimento fetal e elevando o risco de complicações. A ferroptose, morte celular dependente de ferro, também pode contribuir para pré-eclâmpsia e restrição de crescimento intrauterino (RCIU). Portanto, monitorar o status de ferro e garantir a suplementação adequada são essenciais, conforme recomendado pelo Ministério da Saúde.

Conclusão

A deficiência de ferro na gravidez é prevalente e associada a complicações graves. Esta revisão destaca a importância da monitorização regular dos níveis de ferro e da suplementação adequada para prevenir essas condições. Protocolos clínicos eficientes são essenciais, especialmente para populações de risco. Intervenções precoces e ajustes individualizados na suplementação de ferro são fundamentais para minimizar os efeitos colaterais e garantir a saúde materna e fetal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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