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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S46-S47 (outubro 2024)
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ANEMIA HEMOLÍTICA AUTOIMUNE ASSOCIADA À VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19
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LN Faveroa, ILG Moritab, SZ Jorgeb, NFD Santosc, MCL Whatelya, HDGS Ferrazc, IAC Aguiarb, LR Romitia, DC Albuquerquec, G Suhettd
a Universidade Santo Amaro (UNISA), São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Nove de Julho (UNINOVE), São Paulo, SP, Brasil
c Universidade Nove de Julho (UNINOVE), Guarulhos, SP, Brasil
d Centro Universitário FAM, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A vacinação contra a COVID-19 é uma ferramenta crucial contra o vírus SARS-CoV-2, proporcionando proteção significativa. No entanto, como em qualquer intervenção médica, há relatos de eventos adversos raros, incluindo o desenvolvimento ou exacerbação de condições autoimunes. Um desses eventos é a anemia hemolítica autoimune (AHAI), que provoca uma destruição exacerbada de eritrócitos, mediada por anticorpos.

Objetivo

Investigar a incidência de AHAI associadas a pós-vacinação contra a COVID-19, correlacionando os possíveis mecanismos imunológicos desta manifestação clínica.

Metodologia

O estudo trata-se de uma revisão sistemática, em que os bancos de dados usados foram o PubMed, SciELO e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram encontrados 35 artigos, em que após 5 exclusões por título e triagem de artigos completos e gratuitos, foram selecionados 23. Foram excluídos aqueles que não abordassem a relação da vacinação contra a Covid e a AHIAI. O período analisado foi entre 2021 e 2024. Os descritores utilizados foram: “Anemia Hemolítica Autoimune” AND “COVID-19” AND “Vacinação”, “autoimmune hemolytic anemia” AND “vaccination”.

Resultados

Foi encontrada possível associação da AHAI após a vacinação contra a COVID-19, principalmente, envolvendo vacinas com mRNA e casos isolados das com vetor viral inativado, mas em comparação com a quantidade de doses administradas, a incidência é rara. O principal mecanismo sugerido é o processo de mimetismo molecular entre a glicoproteína spike do SARS-CoV-2 e as proteínas humanas, levando os autoanticorpos a atacarem eritrócitos. Outra hipótese é o desenvolvimento de células T autorreativas. Um estudo considerou 17 casos de AHAI associados à vacinação, mas a maioria dos pacientes possuíam fatores de risco. Outra pesquisa registrou 50 casos de AHAI induzidos pela imunização: 26 relacionados à vacina da Moderna, 23 da Pfizer e 1 da Janssen, além de destacar maior frequência em mulheres (68%). O número de doses parece não influir, pois a AHAI apresenta-se após diferentes doses da vacina. Em relação aos sintomas da AHAI, iniciam-se cerca de 15,8 dias após a vacinação. Quanto a idade dos pacientes, citaram-se médias de 67, 60, 73,5 e 55,6 anos, totalizando cerca de 64 anos.

Discussão

Na vacinação contra a COVID-19 foram observados diversos efeitos adversos como a AHAI, mesmo sendo rara. A semelhança entre proteínas da vacina e humanas é a possível causa de produção de autoanticorpos, que atacam eritrócitos e resultam em hemólise. A incidência de AHAI é a mesma após todas as doses da vacina, tornando o monitoramento essencial em todos os casos. Embora a associação entre vacinação e AHAI seja preocupante, sua raridade faz com que o risco-benefício da vacina seja inquestionável.

Conclusão

A vacinação contra a COVID-19 está associada a casos de AHAI, a ocorrência é rara e não é prevalente; além disso, os benefícios da vacinação superam os riscos, tornando-a uma ferramenta essencial para combater o vírus SARS-CoV-2. A maioria dos casos de AHAI é atribuída à vacinação de mRNA, e em menor escala, as de vetor viral inativado. Ademais, a comunidade médica deve manter-se atenta à suspeita desse tipo de anemia após a vacinação independente da dose. A vigilância e a pesquisa são essenciais para entender melhor os mecanismos subjacentes e gerenciar esses eventos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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