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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S461 (Outubro 2022)
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COMPARAÇÃO ENTRE O TESTE DE COOMBS DIRETO E A TÉCNICA DE ELUATO POR CONGELAMENTO PARA DIAGNÓSTICO DA DOENÇA HEMOLÍTICA PERINATAL POR INCOMPATIBILIDADE ABO
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MP Carlin, MGG Godoi, ISL Moriconi, ICG Branco, CHR Kruzich, CADA Kruzich, CA Joussef
Hospital Unimed Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil
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Objetivos

Comparar o teste de Coombs Direto (TAD) com a técnica de Eluato por Congelamento (LUI), na detecção de anticorpos regulares responsáveis pela doença hemolítica perinatal (DHPN) por incompatibilidade materno-fetal ABO.

Material e métodos

Pesquisa exprimental, transversal e comparativa. Os testes foram realizados pelo método de hemaglutinação direta em tubo, com amostras de cordão umbilical de recém-nascidos com incompatibilidade ABO, obtidas de 36 partos.

Resultados

Das 36 gestações incompatíveis foi encontrado TAD positivo em 05 (14%) e em 20 (55%) foi notado LUI positivo. A porcentagem de TAD negativo com LUI positivo foi de 42%, com alta incidência em neonatos do grupo sanguíneo A (67%). A DHPN atribuída pela imunização da gravidez foi observada em 5 casos, sendo que em um deles apresentou TAD negativo com LUI positivo. A porcentagem dos anticorpos causadores foi de 80% para IgG anti-A e 20% IgG anti-B. A sensibilidade diagnóstica do TAD e LUI foi de 80% e 100%, respectivamente. A especificidade encontrada para o TAD foi de 97% e para o LUI de 52%. Os valores preditivos positivo (VPP)/negativo (VPN) foram de 80/97% para TAD e 25/100% para LUI.

Discussão

Apesar de aproximadamente 15% de todas as gestações a incompatibilidade ABO estar presente, a DHPN é um evento relativamente raro. Estes dados corroboram com nossos achados, onde apenas 14% dos casos apresentou icterícia pós parto clinicamente relevante. O teste de antiglobulina indireto realizado com eluato de recém-nascidos e hemácias A1 e B, método utilizado neste estudo, pode apresentar forte intensidade de reação, mesmo com TAD negativo. Este fato, pode explicar o resultado negativo de TAD encontrado em um dos neonatos afetados. Nesse contexto, acredita-se que os achados de TAD não indicam corretamente a quantidade de anticorpos ligados in vivo . Já na técnica de eluição, ocorre uma concentração de anticorpos que permite a sua detecção. Assim como este, outros estudos também relataram elevada sensibilidade e alto VPN para o LUI. A discrepância encontrada nas propriedades diagnósticas do TAD e LUI, demonstram a alta sensibilidade de ambas as técnicas para detectar eritrócitos sensibilizados com anti-A ou anti-B. Pesquisas anteriores observaram baixo VPP e especificidade para Eluato e TAD, devido a sensibilização eritrocitária subclínica. Em nosso estudo, grandes porcentagens de resultados positivos de LUI foram observados na ausência de icterícia clínica. Portanto, o uso somente dessa técnica para triagem de DHPN permanece controverso e resultará em uma grande quantidade de resultados falso-positivos.

Conclusão

A detecção de imunização ABO clinicamente irrelevante limita a especificidade do LUI para DHPN. A técnica pode ser realizada para fechar o diagnóstico presuntivo por anticorpos maternos ABO de outras causas de hemólise e icterícia. O TAD possui sensibilidade limitada para DHPN por incompatibilidade ABO. Um TAD negativo não exclui DHPN. Em casos de forte suspeita clínica, um segundo teste mais sensível, como a técnica de LUI deve ser realizado para descartar ou confirmar o diagnóstico. O poder estatístico limitado ocasionado pela baixa incidência de DHPN, sugere que estudos com populações maiores devem ser realizados para fortalecimento da precisão diagnóstica.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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