
O objetivo do trabalho foi comparar a performance de 2 painéis de preparo de biblioteca de sequenciamento de nova geração (NGS), um que utilizada barcodes moleculares (MBC) e o outro sem, no diagnóstico de neoplasias hematológicas, dentre as quais: leucemia mieloide aguda, síndrome mielodisplásica, neoplasia mieloproliferativa, leucemia mielomonocítica crônica e leucemia mielomonocítica juvenil. Trata-se de 2 painéis comercialmente disponíveis, cujo desenho é baseado em genes e regiões com relevância clínica, que apresentam, e /ou estão frequentemente mutados em malignidades hematológicas, de acordo com a literatura científica, com foco em leucemia e desordens mieloproliferativas.
Material e métodosForam selecionadas 21 amostras com resultado prévio de um painel mieloide (A), para a validação de um novo painel com MBC (B). As 21 amostras foram destinadas a acurácia do teste e 5 delas também foram utilizadas para a reprodutibilidade sendo, 3 amostras em triplicata interensaio e 2 amostras em duplicata intraensaio. Para o preparo das bibliotecas foram utilizados 2 kits comerciais: kit A que contempla 54 genes e não possui barcodes moleculares e outro kit B de 75 genes que utiliza barcodes moleculares. Para o kit A também foi realizado em paralelo à amplificação dos genes TP53 e CEBPA, para complementação do teste. O sequenciamento das bibliotecas foi realizado na plataforma Nextseq 550 da Illumina. A análise dos dados e das variantes foram realizados em uma plataforma online do fabricante.
ResultadosAs métricas gerais do sequenciamento de ambas as metodologias foram satisfatórias. Na acurácia 21/21 (100%) das amostras apresentaram resultados concordantes com os resultados prévios do kit A, onde 75/75 (100%) das variantes reportadas foram identificadas. Além das 75 variantes, outras 85 foram identificadas como verdadeiras pelo kit B e dessas 74/85 (87%) não foram reportadas na análise do kit A, sendo 38 sem cobertura, 30 strand bias, 5 de regiões sujas e 1 de baixa cobertura. As outras 11/85 (13%) variantes verdadeiras estavam presentes nas análises de ambos os kits, só não foram reportadas pois, eram variantes classificadas como benignas ou de significado incerto (VUS).
DiscussãoOs resultados indicam que o MBC é de extrema relevância em análise somática, aumentando a confiabilidade na identificação de variantes verdadeiras, além da melhor performance na uniformidade de cobertura dos genes, inclusive os genes ricos em CG como o caso do CEBPA, dispensando a adição de outros testes confirmatórios para esse gene.
ConclusãoO kit com barcodes moleculares apresentou uma melhor performance e parece ser o mais indicado no diagnóstico de neoplasias hematológicas.