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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S418 (Outubro 2022)
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CÓDIGO VERMELHO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CAUSAS DE SANGRAMENTO DE 2 HOSPITAIS EM SÃO PAULO
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EAF Oliveira, FO Braga, FCV Perini, MCM Campos, MCL Silva, LFF Dalmazzo, SD Vieira
Grupo GSH, São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

A elaboração de protocolos com o objetivo de rápido controle de sangramentos agudos é de suma importância, pois pode levar a redução de desfechos desfavoráveis. Transfusões maciças são situações de estresse para equipes de saúde e necessitam de um manejo ágil e eficaz. Com o objetivo diminuir a evolução de sangramentos agudos para transfusões maciças, grande parte dos serviços elabora um protocolo (comumente chamado código vermelho), cujo o fornecimento de hemocomponentes em tempo hábil constitui um dos principais pilares.

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico de acionamento do código vermelho em dois hospitais de São Paulo atendidos pelo Grupo GSH. Métodos: Foram revisados os prontuários de pacientes em que o código vermelho foi acionado de setembro de 2021 a julho de 2022. Os critérios para acionamento do código eram: presença de sangramento maior associado a alteração de sinais vitais (PAS < 90 mmHg, FC > 110 bpm).

Resultados

Foram analisados 55 atendimentos, com 42 (76%) pacientes do sexo masculino, e uma mediana de idade de 66 anos. A maior parte (66%), eram pacientes com perfil cirúrgico, com acionamento do código durante ou após o procedimentos, seguido de 15% de hemorragia gastrointestinal. Em relação as terapias complementares, 32,7% receberam ácido tranexâmico, 18,1% fibrinogênio, 7,2% complexo protrombínico, e 1,8% fator VII ativado, sendo que 16,3% se enquadravam em critério de transfusão maciça. A média de hemoglobina ao acionamento foi de 8.5g/dl e 27% dos pacientes evoluíram a óbito. Foi utilizado tromboelastograma em 58% dos pacientes avaliados neste trabalho.

Discussão

Nesse estudo, apenas 16,3% dos códigos vermelhos evoluíram para transfusão maciça, demonstrando a coordenação no atendimento ao paciente com hemorragia grave após a implementação do protocolo, seja pelo acionamento precoce das equipes envolvidas em medidas invasivas de controle de sangramento (tratamento endoscópico, cirurgias e embolização arterial), seja pela maior agilidade no fornecimento de hemocomponentes e de outras terapias (hemoderivados e antifibrinolíticos). Outro fator importante é o uso de testes viscoelásticos que guiam a terapia transfusional, prevenindo efeitos adversos associados a transfusão e o desperdício. A implementação de protocolos de atendimento à hemorragia grave tem mostrado benefício clínico com diminuição da mortalidade em vítimas de trauma, porém, há pouca evidência a respeito da melhor abordagem para pacientes com outros tipos de sangramento. Segundo dados da literatura, até 50% dos acionamentos desses protocolos podem ocorrer em pacientes não traumatizados. Comparativamente, em nosso estudo, os pacientes envolvidos apresentaram predominantemente causas cirúrgicas e hemorragia gastrointestinal. Este dado pode estar superestimado devido a um dos hospitais ser referência em cirurgia cardíaca de alta complexidade. Ainda assim, analisando isoladamente o outro hospital, a porcentagem de ocorrência de sangramento em pacientes cirúrgicos também foi majoritária (64%).

Conclusão

A hemorragia fora do cenário do trauma pode ser predominante em muitos hospitais. A abordagem similar para todos os tipos de sangramento grave não é ideal. Logo, há necessidade de mais estudos para que se conheçam as melhores estratégias terapêuticas para sangramentos de causa não traumática.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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