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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S924 (Outubro 2023)
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CARACTERÍSTICAS DEMOGRÁFICAS E SINTOMAS PSICOLÓGICOS EM PORTADORES DE DOENÇAS HEMATOLÓGICAS CRÔNICAS
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VF Andreossia, JHCD Santosa, ACB Carvalhob, MAD Santosb, EAO Cardosoa
a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Hemocentro de Ribeirão Preto (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Introdução e objetivos

O adoecimento hematológico crônico, marcado por limitações físicas e sociais, costuma vir acompanhado de sofrimento emocional. Este estudo tem como objetivo identificar sintomas psicológicos de pacientes com doenças crônicas hematológicas acompanhados em um Hemocentro do interior do estado de São Paulo, Brasil.

Métodos

estudo quantitativo não experimental, descritivo, com corte transversal. Foram avaliados 49 pacientes, utilizando um questionário sociodemográfico e o Inventário Breve de Sintomas (BSI). Os instrumentos foram aplicados individualmente nos retornos ambulatoriais e analisados segundo as normas preconizadas. Na análise do BSI foram selecionadas três categorias de sintomatologia psicológica: Sintomas Depressivos (afeto e humor disfórico, falta de motivação e perda de interesse pela vida), Sintomas Ansiosos (sinais como nervosismo, sensação de terror e pânico) e Somatização (distresse causado pelas percepções de disfunção corporal, como sensação de desmaio, náuseas, formigamento em partes do corpo).

Resultados

A amostra foi constituída majoritariamente por homens (53,1%, n = 26), com idade entre 17 a 65 anos, média de idade de 33 anos (dp = 16,3), solteiros (51%, n = 25), sem filhos ou dependentes (55,1%, n = 27), auto-declarados brancos (51%, n = 25), com ensino médio completo (44,9%, n = 22), católicos (55,11%, n = 27) e com renda mensal entre um e dois salários mínimos (38,8%, n = 19), com a maior porcentagem na Classe E (44,9%, n = 22), segundo o Critério Brasil. Em relação aos dados clínicos: 40,8% (n = 20) tinham diagnóstico de Talassemia, 32,7% (n = 16), e os demais de outras doenças hematológicas crônicas. Dos participantes, 71,4% (n = 35) realizavam terapia de transfusão, com frequências variando de semanal para mensal. Em relação aos sintomas depressivos, 53,1% (n = 26) dos pacientes apresentaram sintomatologia alta ou muito alta, 14,3% (n = 7) sintomatologia média e 32,7% (n = 16) sintomatologia baixa ou muito baixa. Em relação à ansiedade, 57,1% (n = 28) apresentaram sintomatologia alta ou muito alta, 14,3% (n = 7) média e 28,5% (n=14) baixa ou muito baixa. Por fim, quanto à somatização, 57,1% (n = 28) apresentaram sintomatologia alta ou muito alta, 18,4% (n = 9) sintomatologia média e 24,5% sintomatologia baixa ou muito baixa (n = 12). Considerando o sexo, 14 mulheres (60%) apresentam sintomatologia alta ou muito alta de ansiedade, 14 de somatização (60%) e 13 (56,5%) de depressão. Dos homens, 14 apresentam sintomatologia alta ou muito alta de ansiedade (53,8%), 13 de depressão (50,0%) e 13 de somatização (50,0%).

Discussão

Os achados corroboram dados da literatura, que indicam que pacientes com doenças hematológicas crônicas apresentam maior intensidade de comorbidades psicológicas. Um achado importante é a presença de maiores indicadores de sofrimento emocional nas mulheres do que nos homens. Para a compreensão desse cenário de sofrimento emocional é importante considerar o contexto econômico desfavorável da amostra, a necessidade de terapia de transfusão constante (o que implica em idas frequentes ao ambulatório) e a sobrecarga, já bastante conhecida, dos papéis que a mulher assume na sociedade.

Conclusão

Foram detectados níveis altos de sofrimento emocional na amostra, o que reforça a necessidade de uma equipe voltada para os cuidados psicológicos dos pacientes com doenças hematológicas crônicas. (FAPESP, processo no2023/05856-2).

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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