HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA inativação de patógenos é uma estratégia essencial para aumentar a segurança transfusional, minimizando o risco de transmissão de agentes infecciosos por produtos sanguíneos. Seu principal objetivo é melhorar a qualidade dos hemocomponentes, especialmente as plaquetas, que são mais suscetíveis à contaminação bacteriana devido às condições de armazenamento.
ObjetivosDescrever o avanço da implantação da tecnologia de Inativação de Patógenos na Fundação Hemominas (FH), com foco na oferta de componentes plaquetários patógenos inativados e na otimização do processo de produção de hemocomponentes.
Material e métodosForam analisados dados de produção de hemocomponentes e dados de procedimentos especiais de inativação de patógenos no sistema HemoPlus no período de dezembro de 2021 a junho de 2025.
ResultadosA tecnologia de inativação de patógenos foi implantada em dezembro de 2021 inicialmente no Hemocentro de Belo Horizonte, com pools de plaquetas Buffy-Coat (BC), sendo ampliada para a unidade de Uberlândia em 2022. Em 2023 foi implantada a inativação de patógenos nas plaquetaférese. A produção de pools de plaquetas BC passou de 47% em 2022 para 61% em 2025, enquanto a produção de Concentrado de Plaquetas (CP) randômicos foi reduzida de 45% para 31%. Durante o período de dezembro de 2021 a junho de 2025, houve um aumento expressivo na oferta de componentes plaquetários inativados, passando de 16141 doses, o equivalente a 43% doses de plaquetas em 2022 para 24656 doses em 2024, correspondendo a 57% do total de doses de plaquetas fornecidas pela FH. No primeiro semestre de 2025 já foram inativados 13.125 componentes plaquetários, correspondendo a 61% da produção. O uso plaquetaférese inativada cresceu de 78% em 2023 para 95% no primeiro semestre de 2025. O percentual de inativação em pools de plaquetas manteve-se elevado, variando entre 86% e 93% no período analisado.
Discussão e conclusãoA implementação da tecnologia de inativação de patógenos na produção de hemocomponentes demandou ajustes estratégicos e operacionais, incluindo modificações no preparo de hemocomponentes, uso de kits duplos para produção dos pools e a redução de custos com insumos, sem comprometimento da qualidade dos componentes plaquetários. Além disso houve o avanço da regionalização da produção de hemocomponentes, a partir do envio do sangue total de algumas unidades para o processamento em centrais de produção de maior complexidade dentro da rede da Hemominas. Essa estratégia possibilitou ampliação da extração semi-automatizada do plasma, melhoria na padronização e qualidade dos componentes, aumento da produção de pool de plaquetas BC e redução da produção de Concentrado de Plaquetas (CP) randômicos. O incremento na oferta de componentes plaquetários patógenos inativados reflete o compromisso da Fundação Hemominas com a qualidade dos produtos, segurança transfusional e modernização das práticas hemoterápicas.




