Compartilhar
Informação da revista
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S245 (Outubro 2023)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S245 (Outubro 2023)
Acesso de texto completo
AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE DO REGIME FLAG PARA LEUCEMIAS AGUDAS
Visitas
219
ME Ramosa, AC Silveiraa, RD Portugala, M Nuccia,b
a Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Grupo Oncoclínicas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

Mais dados
Introdução

O regime FLAG (fludarabina, citarabina e G-CSF) é utilizado em combinação com um antraciclínico na indução de remissão de pacientes com leucemias agudas em primeira linha ou com doença recaída ou refratária.

Objetivos

Avaliar a toxicidade do regime FLAG em uma coorte de pacientes com leucemia aguda.

Materiais e métodos

Estudo retrospectivo, unicêntrico. Foram coletados dados de todos os pacientes que utilizaram FLAG para tratamento da leucemia mieloide ou linfoide aguda em primeira linha ou para tratamento de recaída ou doença refratária.

Resultados

Foram avaliados 73 pacientes com idade mediana de 46 anos (variação 17 – 68), sendo 45 (61,6%) do sexo masculino. As doenças de base foram leucemia mieloide aguda em 48 (65,8%) leucemia linfoide aguda em 23 (31,5%), e leucemia mieloide crônica em crise blástica em 2 pacientes. Foram realizados 83 de ciclos de FLAG, a maioria (72,3%) para tratamento de recaída. Profilaxia antibacteriana (quinolona) foi usada em 62,7% dos ciclos e profilaxia antifúngica em 84,3% (fluconazol em 61,4%). A duração mediana da neutropenia foi de 14 dias (5 – 51) e 98,8% tiveram neutropenia febril. Bacteremia foi observada em 38 ciclos (45,8%), e Escherichia coli foi a bactéria mais isolada nas hemoculturas (19 episódios). Doença fúngica invasiva foi diagnosticada em 20 ciclos (24%), sendo 11 possíveis e 9 provadas ou prováveis (aspergilose em 7, fusariose em 2). Outras toxicidades frequentes foram: náuseas/vômitos (73,5%), mucosite (45,8%), dor abdominal (39,8%) e diarreia (30,1%). Houve 14 óbitos (16,9% dos ciclos, 19,2% dos pacientes), sendo 8 devido a doença refratária, 4 por infecção, 1 por sangramento no sistema nervoso central e 1 por insuficiência hepática aguda. A sobrevida mediana (Kaplan-Meier) foi de 4,7 meses, sendo 27,8 meses nos pacientes tratados em primeira linha e 3,2 meses nos pacientes em recaída (p = 0,06).

Discussão

Observamos elevada toxicidade, sobretudo infecções, em pacientes tratados com FLAG, com documentação de bacteremia e doença fúngica invasiva em 45,8% e 24% dos ciclos, respectivamente. A alta mortalidade (16,9% dos ciclos) com a maioria dos óbitos ocorrendo no contexto de doença refratária reflete o mau prognóstico de pacientes com leucemia aguda em recaída. Regimes contendo drogas alvo podem resultar em maior taxa de resposta e menor toxicidade.

Conclusão

Poucas opções de tratamento existam principalmente para os pacientes com leucemia aguda recaída. Nossos resultados confirmam que uma busca de novos tratamentos é necessária.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas