Introdução: Os dados epidemiológicos e de tratamento sobre Linfoma de Hodgkin são escassos no país, e em sua maioria oriundos dos serviços públicos de saúde. A estratificação de risco e a resposta completa obtida na ocasião do PET CT ínterim são duas ferramentas fundamentais no prognóstico. Objetivo: Análise retrospectiva de pacientes portadores de Linfoma de Hodgkin clássico diagnosticados e tratados no período de 01/01/2015 a 31/12/2019 quanto a taxa de resposta completa ao término da primeira linha de tratamento com esquema ABVD +/- radioterapia, considerando-se a estratificação ao diagnóstico e as taxas de resposta na ocasião do PET interim. Materiais e métodos: Foram analisados retrospectivamente, por utilização de template em prontuário eletronico do Instituto Hemomed de Oncologia e Hematologia, todos os pacientes com CID.10 c81. Foram incluídos pacientes com idade acima de 18 anos, que foram estratificados por critérios clínicos, estadimento Ann Arbor e marcadores laboratoriais e com seguimento por pelo menos 03 anos. Resultados: 41 pacientes foram elegíveis e 56% eram do sexo feminino. A mediana de idade ao diagnóstico foi de 32 anos. Referente ao estadiamento, 47.5% apresentaram estadio I ou II e 52.5% estadio III ou IV. 29% dos pacientes apresentaram massa Bulky, sendo 17% em estádios I ou II. Quanto à classificação, seguindo critérios da organização européia para a pesquisa e o tratamento de câncer (EORTC), 73% tinham doença avançada. Referente ao tratamento, pacientes receberam 4 a 8 ciclos de abvd com ou sem RDT. O PET-CT de estadiamento foi realizado em 70% e o pet interim em 82%. Dentre os pacientes com doença inicial, todos os que realizarm PET interim obtiveram resposta completa. Dos 30 pacientes de grupo avançado, 20 (66%) obtiveram resposta completa em PET interim, 1 (3,3%) paciente com doença estável, 2 (6,6%) pacientes progrediram, 4 (13,3%) pacientes obtiveram resposta parcial. A análise de resposta ao tratamento de acordo com classificação e pet interim mostrou que nos grupos iniciais todos os pacientes mantiveram resposta completa em PET ao término do tratamento. Já no grupo avançado, dos 20 (66%) pacientes que obtiveram resposta completa em PET interim, 18 (60%) mantiveram RC ao final do tratamento. O paciente que apresentou doença estável em PET interim também obteve RC em PETCT ao final. Por outro lado, dos 6 (20%) pacientes com resposta parcial ou progressão em PET interim, 5 (16,6%) não obtiveram resposta completa ao final do tratamento, sendo que para o sexto paciente o dado não está disponível. Conclusões: Para todos os pacientes em estadios iniciais, o protocolo ABVD +/- radioterapia proporcionou resposta completa já no PET interim e esse resultado se manteve no PET ao término do tratamento. Nos estágios avançados, o PET interim negativo foi preditor de resposta completa e o PET interim positivo foi preditor de falha do tratamento, mostrando ser ferramenta fundamental como fator prognóstico. O trabalho sugere que pacientes com PET interim positivo e estadio avançado devam ter mudança do protocolo terapêutico.
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