Objetivos: Os linfomas constituem um grupo importante, complexo e heterogêneo de distúrbios proliferativos malignos originados a partir das células do tecido linfoide. O linfoma de Hodgkin é uma neoplasia linfoproliferativa que surge a partir de linfócitos B, caracterizada histopatologicamente, pela presença de células neoplásicas com morfologia variada denominadas Reed-Sternberg. Normalmente a incidência do linfoma de Hodgkin apresenta distribuição etária bimodal, sendo o primeiro pico no final da adolescência e início da idade adulta jovem e segundo pico em idosos. Este estudo tem como objetivo analisar as internações em decorrência da doença de Hodgkin no Brasil no período entre janeiro de 2008 e junho de 2020, levando em consideração a região, o sexo, a faixa etária e a raça. Material e métodos: Estudo epidemiológico descritivo e observacional. Os dados foram retirados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) disponível na plataforma DATASUS. Os dados utilizados são referentes às internações em decorrência de Linfoma de Hodgkin no período de janeiro de 2008 a junho de 2020, levando em conta a região do Brasil, o sexo, a faixa etária e a raça. Resultados: Os dados do DATASUS, entre o período de janeiro de 2008 e junho de 2020, evidenciaram uma incidência de 50.176 internações em decorrência da doença de Hodgkin no Brasil, sendo os maiores índices encontrados na região sudeste, seguido pela região nordeste e sul, com taxas em cerca de 49%, 22% e 18%, respectivamente. Diante do total de internações, houve o predomínio significativo da população masculina (55,7%) sobre a feminina (44,3%) e da cor/raça branca (46%), seguido pela cor/raça parda (31%). Ademais, o maior número de internações foi relatado na faixa etária entre 15 e 39 anos (55,5%), principalmente entre 20 a 29 anos (24,9%). As faixas etárias de menores de 1 ano a 4 anos e a de 80 anos ou mais não obtiveram taxas significativas. Discussão: De acordo com os resultados encontrados, é possível afirmar que condiz com a distribuição epidemiológica relatada no Brasil em outros estudos. Em relação ao gênero, nota-se que o sexo masculino é mais afetado que o sexo feminino. Outro fator relevante é a cor, há uma predominância na cor/raça branca em relação às demais, cuja relação já é conhecida na literatura. Além dos dados de sexo e idade, observa-se que o padrão de distribuição de idades não corresponde à uma distribuição bimodal, sendo mais predominantes em adultos jovens. Esse modo de distribuição obedece ao modelo descrito para o Linfoma de Hodgkin para os países em desenvolvimento. Conclusão: O Linfoma de Hodgkin tem uma incidência que, normalmente, apresenta distribuição etária bimodal, sendo o primeiro pico no fim da adolescência e o segundo em idosos. Porém, o presente estudo mostrou que a doença, no Brasil, se encaixa como uma doença sanguínea mais prevalente em adultos jovens. Assim sendo, não segue o padrão esperado de distribuição para a incidência da doença.
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