Introdução: Complicações neurológicas atribuíveis ao tratamento da LLA ocorrem em 7 a 11% das crianças. As complicações neurológicas mais comuns incluem infecção, toxicidade medicamentosa, acidente vascular cerebral, síndrome PRESS, SIADH, neuropatia periférica e alterações neurocognitivas á longo prazo. Objetivos: Avaliar as complicações neurológicas durante o tratamento nos pacientes com LLA tratados em uma única instituição. Métodos: Foram analisados os prontuários dos pacientes tratados pelo Protocolo GBTLI 2009 no Hospital ITACI, diagnosticados entre 2009 e 2019. Foram consideradas como complicações neurológicas: Acidente vascular cerebral, SIADH, convulsões, PRESS, cefaleia, sonolência ou algum outro sintoma neurológico. Resultados: 9,5% (16/167) dos pacientes apresentaram complicações neurológicas. Destes, 50% (8) foram classificados e tratados como AR-RL, 18% (3) como T(RL), 12% (2) como AR-RR, e os demais como 6,6% (1)Lac MLL+, 6,6% (1) Ph+/RL e 6,6% (1) BRI. Tratamento com RDT crânio foi realizado em 31,25% (5) pacientes, na dose de12Gy. Destes 16, ao diagnóstico, 25% (4) apresentavam SNC positivo. As complicações neurológicas apresentadas foram convulsão em 25% (4), AVC em 18,75% (3), cefaleia em 18,75% (3). Outras complicações ocorreram em 68,75% (11), sendo elas déficit de aprendizado 18,75% (3), polineuropatia sensitivo/motora 18,75% (3), perda auditiva 12,5% (2), transtorno dissociativo 6,25% (1), leucoencefalopatia 6,25% (1) e migrânea 6,25% (1). Nenhum dos pacientes apresentou PRESS nem sonolência. Com relação às complicações, 37,5% (6) ocorreu na fase de Indução, 37,5% (6) após término da terapia, 18,75% (3) na Manutenção e 6,25% (1) na Intensificação. Foi necessário tratamento específico para tais complicações em 50% (8) dos casos, sendo que em 87,5% (7) o tratamento foi medicamentoso. A recaída ocorreu em 12,5% (2) dos pacientes e o óbito em 6,25% (1), este por doença recidivada e refratária. Discussão: A incidência de complicações neurológicas observadas está de acordo com o descrito na literatura. A maioria dos agravos ocorreu na fase de indução, sendo compatível com protocolos que utilizam QT intratecal tripla, ou após o término do tratamento como relatado por grupos de estudo de efeitos tardios. A incidência de PRESS ou leucoencefalopatia está abaixo da observada para tratamentos semelhantes, assim como o número de óbitos decorrentes destes agravos. Conclusão: A vigilância e intervenção precoce das complicações neurológicas realacionadas ao tratamento de LLA, principalmente com uso de intratecal tripla e/ou associada a altas doses de MTX, podem garantir um tratamento adequado. O acompanhamento de pacientes fora de terapia deve-se atentar para alterações neurocomportamentais e visar acompanhamento multidisciplinar para diminuir os impactos sociais de tais complicações.
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