Introdução: A asparaginase é uma enzima usada no tratamento de LLA, associada à melhora nos resultados clínicos, mas complicações em até 30% casos são descritas (hipersensibilidade, pancreatite, trombose, encefalopatia e disfunção hepática) e que podem causar impacto no tratamento. Objetivos: Avaliar complicações associadas ao tratamento com asparaginase nos pacientes com LLA tratados em uma instituição. Métodos: Foram analisados os prontuários de pacientes tratados pelo protocolo GBTLI 2009 no ITACI/HC-FMUSP entre 2009 e 2019. Foram consideradas como complicações pelo uso de asparaginase: pancreatite, trombose, diabetes (DM), hipersensibilidade e/ou encefalopatia. Resultados: 8,9% (15/167) dos pacientes apresentaram complicações associadas ao uso da asparaginase. Destes 25% (4) eram menores de 5 anos, 25% (4) entre 5 e 10 anos e 50% (7) maiores de 10 anos. Quanto ao grupo de risco, 46% (7) AR-RL, 26% (4) AR -RR e os demais T-RL, Ph1-RL, Ph1- RR e Lactente MLL+ 6% (1 cada). A principal complicação foi trombose 53% (8), sendo que destes 16% (2) apresentaram complicações graves como AVCH e infecção. Outras complicações foram pancreatite 20% (3), sendo 1 caso grave, alergia e/ou anafilaxia 20% (3), DM 20% (3), sendo 1 caso de associação de DM e pancreatite. Os pacientes que apresentaram anafilaxia, não continuaram o uso da mesma formulação, em 1 paciente houve a substituição pela Erwinase. Os que apresentaram pancreatite, também não mantiveram uso. Nos casos de DM isolada, não foi suspensa a medicação, assim como nos caos de trombose. 73% (11) das complicações ocorreram na indução do tratamento, 13% (2) intensificação, 6,6% (1) interfase e 6,6% (1)consolidação. Todas as complicações observadas ocorreram com o uso de aginasa. Não houve óbito associado às complicações relatadas. 20% (3) dos pacientes faleceram devido recidiva e recaída da doença. Discussão: As complicações associadas à asparaginase neste estudo foram menos frequentes que literatura. A hipersensibilidade é a complicação mais relatada, até 75%, mais comumente entre 10-30%, compatível com os resultados observados. Hiperglicemia pode ser um achado frequente, porém o diagnostico de DM ocorre entre 4-20%, também concordante com os resultados. A frequência de pancreatite é menor que a observada nos nossos pacientes (2-18%), mas a frequência de casos graves é concordante. A quantidade de casos relatados de trombose varia na literatura, por se tratar de um evento multicausal. A faixa etária mais acometida é acima de 10 anos, conforme observamos. Conclusão: A vigilância e intervenção precoce das complicações do uso de asparaginase e a manutenção do seu uso durante a terapia podem garantir um tratamento adequado. A monitorização laboratorial pode auxiliar no diagnóstico dos pacientes antes do surgimento de sintomas. O uso de formulações menos imunogênicas, como PEG-asparaginase, pode reduzir tais complicações.
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