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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1163 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1163 (outubro 2024)
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AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA DO PROCEDIMENTO DE RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR ENTRE OS DIAS D+90 E D+130 EM PACIENTES QUE REALIZARAM TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS ALOGÊNICO
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MJ Pagliaronea, MA Costaa, LMAR Innocentinia, TC Ferraria, TCM Costaa, CC Mesquitaa, MEP Corrêab, FP Eduardoc, LM Bezinellic, N Hamerschlakc, HS Antunesd, MC Moreirad, S Lermontovd, ME Flowerse, LD Macedoa
a Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
c Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
d Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e Fred Hutchinson Cancer Center, Washington, EUA
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A doença periodontal, quando não controlada pode gerar resposta inflamatória sistêmica, além de ser foco de infecção por meio de bacteremias. O tratamento da doença periodontal realizado através de raspagem e alisamento radicular (RAP) gera bacteremias transitórias, porém é eficaz em reduzir a atividade da doença. Na literatura, não há dados que apontam a segurança de realizar RAP em pacientes que realizaram transplante de células tronco hematopoiéticas alogênico (alo-TCTH).

Objetivo

O objetivo desse estudo foi avaliar a segurança do procedimento de RAP entre os dias D+90 e D+130 em pacientes que realizaram alo-TCTH.

Pacientes e métodos

Foi realizado um estudo multicêntrico, longitudinal, prospectivo, intervencional e randomizado que alocou os pacientes em dois grupos: controle e grupo de estudo. O grupo de estudo recebeu intervenção periodontal (RAP). Todos os pacientes, de ambos os grupos, foram submetidos a coleta de sinais vitais, hemocultura em sangue periférico e cateter e acompanhamento para ocorrência de complicações infecciosas (bacteremia, sepse, pneumonia) e uso de antibiótico, por 10 dias após o procedimento (grupo estudo), ou randomização (controle). O grupo controle fez uma única coleta (T0) de hemocultura, enquanto o grupo de estudo realizou 3 coletas em T0-pré RAP; T1-2 horas após a RAP e T2- 24 horas após a RAP.

Resultados

Foram incluídos 216 pacientes, sendo 108 (50%) pacientes no grupo controle e 108 (50%) no grupo de estudo. Um total de 8 (7,4%) hemoculturas foram positivas no T0 do grupo controle, sendo 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) de cateter. O grupo estudo apresentou 18 (14,8%) hemoculturas positivas nos 3 tempos de coletas: em T0 foram 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) em cateter, em T1 foi 1 (0,1%) em sangue periférico e 1 (0,1%) em cateter e em T2 foram 4 (3,7%) de sangue periférico e 4 (3,7%) em cateter. Um total de 38 (17,8%) pacientes apresentaram complicações infecciosas nos primeiros 10 dias após RAP e coletas de hemocultura, desse número 30 pacientes tiveram hemocultura negativa em T0, sendo 13 do grupo controle e 17 do grupo de estudo. Não foram encontradas diferenças entre os grupos para hemocultura em T0 de sangue periférico (p = 1,00), hemocultura em T0 de cateter (p = 1,00), infecção nos primeiros 10 dias após RAP e coleta de hemoculturas (p = 0,47), pneumonia (p = 0,5) e uso de antibióticos (p = 1,00). Nenhum dos grupos apresentou bacteremia, nem sepse. Foi encontrada correlação entre hemocultura em T0 de sangue periférico e infecção (p < 0,001) nos 10 dias de acompanhamento do estudo e entre hemocultura em T0 de cateter e infecção em (p < 0,001) em ambos os grupos, bem como ocorreu correlação entre hemocultura em T2 de sangue periférico e cateter com infecção. Foi encontrada associação total entre hemocultura de sangue periférico de cateter (p < 0,001) em ambos os grupos.

Conclusão

A realização de RAP em pacientes entre D+90 e D+130 pós alo-TCTH se mostrou segura adotando medidas preventivas como profilaxia antibiótica e monitoramento dos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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