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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S493-S494 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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AVALIAÇÃO CLÍNICA E MOLECULAR DE PACIENTES COM ERITROCITOSE
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JB Costaa, TA Guimarãesb, AH Daumasc, MGM Mourad, AC Evangelistaa, IR Zalcberga, F Girodone, B Gardief, C Solzag, BCR Monte-Móra
a Instituto Nacional de Câncer (INCA), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP), Universidade Federal Fluminense (UFF), Niterói, RJ, Brasil
d Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG), Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
e CHU Dijon, Dijon, França
f Universidade de Nantes, Nantes, França
g Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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A eritrocitose é caracterizada por aumento da massa eritrocitária, com níveis elevados de hematócrito e/ou de hemoglobina. A eritrocitose, na maioria dos casos, é adquirida, enquanto a forma congênita é rara. A Policitemia Vera (PV) é uma neoplasia mieloproliferativa, causada pela mutação JAK2V627F. Neste caso, a eritrocitose adquirida é primária pois a presença da mutação nos progenitores eritroides leva à sinalização intracelular constitutiva e hipersensibilidade à eritropoietina. As manifestações clínicas da PV incluem tromboses, eventos hemorrágicos e risco de transformação em mielofibrose e/ou leucemia mieloide aguda. A eritrocitose adquirida secundária (ESA) possui um amplo espectro de diagnósticos diferenciais, como a doença pulmonar obstrutiva crônica. Em pacientes com eritrocitose idiopática (EI), o sequenciamento de próxima geração (NGS) alvo-dirigido tem auxiliado na abordagem diagnóstica, visto que, na forma congênita diferentes mutações foram descritas, acometendo genes que afetam a sinalização em resposta a citocinas nas células hematopoiéticas, genes que regulam a via de hipóxia, genes relacionados ao metabolismo da hemoglobina ou que codificam globinas. A maioria dos estudos foi realizada em populações caucasianas, mas compreender as características genéticas da eritrocitose em diferentes populações pode ajudar na identificação de novas mutações e na interpretação da patogenicidade das variantes. O objetivo deste trabalho foi investigar as características clínicas e genéticas da eritrocitose. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e foram incluídos pacientes com 18 anos ou mais, referidos ao Laboratório de Biologia Molecular. Dados clínicos e laboratoriais foram coletados dos prontuários médicos. A investigação molecular incluiu PCR alelo específico para JAK2V617F, rastreamento de mutações nos éxons 12 e 14 de JAK2 por Sanger e/ou High Resolution Melting. Um painel customizado foi utilizado para rastrear por NGS mutações em 22 genes. Pacientes com PV estavam proporcionalmente distribuídos entre os sexos, com idade média ao diagnóstico de 69 anos, significativamente maior do que na EI (56 anos) e ESA (48 anos) (p < 0,001). Na PV, o hematócrito, a contagem de leucócitos e de plaquetas foram mais elevados do que na ESA e na EI (p < 0,001). Os pacientes com EI eram predominantemente homens. A seguir, 12 pacientes com EI foram selecionados para o NGS. Durante a análise das variantes, 41,5% foram categorizadas como benignas/provavelmente benignas, 58% como VUS ou não previamente descritas, e 0,5% como patogênicas/provavelmente patogênicas. Em média, 36 variantes foram detectadas por amostra, e variantes potencialmente relevantes foram observadas nos genes: VHL, EPAS1, HBB, HSF1 e HIF3A, incluindo 6 variantes novas. A variante patogênica encontrada em VHL foi confirmada como germinativa após análise de amostra de swab oral do mesmo paciente por sequenciamento de Sanger. O diagnóstico da eritrocitose representa um desafio devido às características clínicas associadas a diferentes etiologias. Neste trabalho, descrevemos características clínicas e moleculares de pacientes com PV, ESA e EI. Seis variantes novas e uma variante patogênica/provavelmente patogênica foram identificadas. O painel customizado de NGS desenvolvido surge como uma ferramenta valiosa para identificar variantes genéticas subjacentes à eritrocitose.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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