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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S632-S633 (Outubro 2022)
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APRESENTAÇÃO CLÍNICA AO DIAGNÓSTICO DE MIELOMA MÚLTIPLO: IMPACTO EM SOBREVIDA E RESPOSTA AO TRATAMENTO
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JPR Baptistaa, KLC Machadob, LB Benvenuttia, LN Kluppela, GM Ribeiroa, AP Tomazellib, GS Macedob, GR Gastalb, FS Tavaresb, MP Lacerdaa,b
a Universidade da Região de Joinville, Joinville, SC, Brasil
b Hospital Municipal São José de Joinville (HMSJ), Joinville, SC, Brasil
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Introdução

Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia hematológica caracterizada pelo acúmulo de plasmócitos clonais. A apresentação clínica ao diagnóstico é variável, desde pacientes assintomáticos com alterações laboratoriais incidentais àqueles com anemia grave, fratura patológica ou falência renal. Acesso limitado ou à pesquisa de gamopatia monoclonal ou baixa familiaridade com a doença podem retardar seu diagnóstico e potencialmente limitar a capacidade de o tratamento reverter suas consequências clínicas.

Objetivo

Determinar o intervalo entre início de sintomas e o diagnóstico de MM e a prevalência de disfunção orgânica grave ao diagnóstico. Avaliar Sobrevida Global (SG) e Sobrevida Livre de Progressão (SLP) de acordo com o perfil clínico ao diagnóstico.

Métodos

Estudo retrospectivo de pacientes com diagnóstico de MM entre 2018 e 2019 no Hospital Municipal São José, referência no SUS para o nordeste de Santa Catarina. Utilizou-se o teste exato de Fisher para associação de variáveis categóricas e o teste-t Student para variáveis quantitativas. Probabilidade de sobrevida foi calculada pelo método de Kaplan-Meier. O trabalho foi aprovado pelo comitê institucional de ética em pesquisa.

Resultados

Incluiram-se 42 pacientes, com mediana de 66 anos (intervalo: 38‒89), e sexo masculino em 57% (n=24). Metade (n=21) teve diagnóstico em internação via pronto-socorro; nestes, com mediana entre apresentação clínica e diagnóstico de 6 meses (intervalo: 1-37). Nos demais, houve diagnóstico ambulatorial na Hematologia (n=15, 36%) ou outras especialidades (n=6, 14%), com mediana de 3 meses entre clínica-diagnóstico (1‒18; p=0,41). Nenhum paciente era assintomático ao diagnóstico. Observou-se fratura patológica ou lesão osteolítica em 35 pacientes (82%), necessidade transfusional em 26 (62%), hipercalcemia em 18 (43%) e hemodiálise em 9 (21%). Seguimento na atenção primária à saúde (APS) durante o período sintomático ocorreu em 29 pacientes (69%), e 25 destes (86%) também atendidos em pronto-socorro no período. Em todos a avaliação de gamopatia monoclonal ocorreu apenas na atenção especializada. Oito pacientes (19%) não receberam quimioterapia por fragilidade extrema, com mediana de SG de 1 mês (intervalo: 1‒5). Resposta ao tratamento de primeira linha (n=34) foi resposta completa em 3 pacientes (9%), parcial muito boa em 12 (35%), parcial em 7 (21%), doença estável ou progressiva em 11 (33%) e não-avaliável em 1 (3%). Com mediana de seguimento de 17 meses ocorreram 22 mortes, 9 por sepse (41%) e 7 por progressão (32%), com mortalidade precoce (<3 meses) em 24% (n=10). SLP e SG medianas foram de 16 meses e 24 meses, com probabilidade de SLP e SG em 12 meses de 59% e 73%. Probabilidade de SG em 12 meses para pacientes ambulatoriais versus internados foi de 80% e 46% (p=0.063).

Discussão

Diagnóstico de MM em hospital público de cidade com IDH muito alto ocorreu universalmente em pacientes sintomáticos, frequentemente com doença óssea, anemia ou disfunção renal graves. Apesar de idade ao diagnóstico mais jovem que a literatura, diagnóstico tardio com acesso limitado a terapias-alvo pode ter impactado negativamente na sobrevida observada.

Conclusão

Melhor acesso a meios diagnósticos e conscientização sobre MM são necessários para diagnóstico em nosso cenário de pacientes sem comprometimento clínico grave e com maior probabilidade de sobrevida.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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