
Sabemos que a captação de doadores voluntários de sangue é uma importante estratégia para difundir a cultura da doação de sangue. Um dos objetivos dos treinamentos realizados pela equipe de Captação de Doadores do Hemocentro de Juiz de Fora/MG é transformar a comunidade em multiplicadora de informações sobre a doação de sangue. Estes treinamentos são realizados periodicamente voltados para profissionais dos hospitais; bem como para profissionais de outros serviços de saúde e demais interessados.
ObjetivoRealizar apontamentos sobre o perfil dos captadores de doadores voluntários de sangue, inseridos nos serviços de saúde, referenciados ao Hemocentro.
MétodosAplicação de questionário em treinamento online de captadores, realizado em julho de 2021 pela equipe de Captação de Doadores. Foram respondidos 47 questionários.
ResultadosOs captadores participantes representavam os municípios: Leopoldina (12); Barbacena (9); Juiz de Fora (8); Cruzília, Ibertioga, Mar de Espanha e Muriaé (3 cada); Ubá (2); e Aiuruoca, Baependi, Lima Duarte e Rio Pomba (1 cada). Dos participantes, 33 estão inseridos em hospitais, 5 em Postos Avançados de Coleta – PACE, 5 não responderam e os demais inseridos em outros serviços de saúde (4). Os setores, mais citados, de inserção destes profissionais foram: 11 em Agência Transfusional, 6 no serviço de Estratégia de Saúde da Família – ESF; e 6 na enfermagem. Destacamos que apenas 2 participantes declararam inserção no setor de captação de doadores, associado a algum outro setor. As formações profissionais mais declaradas foram: enfermeiros (12); técnicos de enfermagem (11); Agentes Comunitários de Saúde – ACS (5); e assistentes sociais (4). Os vínculos de trabalho em sua maioria, 72,3%, são contratados e 27,7% concursados/efetivos. A maior parte, 59,6% trabalham 40 horas semanais. O tempo de inserção no serviço é variado, os mais citados foram, 12,8% inseridos há 25 anos e 12,8% inseridos de 1 a 2 anos. Quanto a atividade desempenhada na instituição, 48,9% realizam apenas as atividades do setor ou área de formação profissional; enquanto 44,7% desempenham as atividades do setor aliadas as atividades de captação; e apenas 6,4% desempenham somente a atividade de captação.
DiscussãoOs dados mostram uma composição diversa do público presente na capacitação, mas encontramos uma semelhança no que tange a realização das atividades de captação: a inexistência de um profissional específico para o desempenho desta, sendo realizada por profissionais que acumulam outras atribuições. De acordo com orientação da Fundação Hemominas, para a realização da captação, no ambiente hospitalar, é necessário haver um profissional responsável, bem como o envolvimento de todos os profissionais com a importância e a necessidade da DVS. Temos aqui um desafio a ser enfrentado para efetivar e fortalecer o serviço de captação. A presença de profissionais inseridos em serviços de ESF é uma forma de difundir a temática da doação de sangue para a comunidade, para além dos muros hospitalares, e tem como potencialidade levá-la a um conjunto maior de pessoas, disseminando informações e quebrando preconceitos. Com esse mesmo objetivo, a participação de representantes de diversos municípios, afastados dos centros urbanos, também, é essencial. Desta forma, podemos caminhar no intuito de construção cultural em torno da doação de sangue enquanto um gesto de cidadania e solidariedade.