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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S2 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
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ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES SUBMETIDOS A SANGRIA TERAPÊUTICA REALIZADO PELA AGÊNCIA TRANSFUSIONAL EM UM HOSPITAL PRIVADO NO NORTE DE SANTA CATARINA
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J Fritscha,b, PTR Almeidaa,b
a Hemobanco, Brasil
b Grupo Pulsa, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

A sangria terapêutica é um procedimento ambulatorial semelhante a doação de sangue, porém o sangue é desprezado após a coleta. O procedimento reduz sinais e sintomas de diferentes doenças, sendo realizada regularmente ou esporadicamente. A indicação, o volume a ser retirado e a frequência são definidos pelo médico hematologista, considerando diagnóstico, testes laboratoriais e sintomas. Dentre as principais indicações estão portadores de policitemias, hemoglobinopatias, hemocromatose e hiperferritinemias.

Objetivo

Investigar o perfil epidemiológico de pacientes submetidos a sangria terapêutica realizado pela agência transfusional em um hospital privado em Joinville/SC de 2022 e 2023.

Métodos

Realizada uma análise retrospectiva e quantitativa de pacientes submetidos a sangria terapêutica entre 01 de janeiro de 2022 a 31 de dezembro de 2023. Dados obtidos através de formulário preenchido por atendimento, onde foram avaliados sexo, idade, volume retirado, frequência e indicação clínica.

Resultados

No período estudado foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo 121 pacientes, com predominância de pacientes do sexo masculino (92,66%). A faixa etária analisada variou entre 29 e 90 anos, com média de 52 anos. Observou-se maior incidência entre as idades de 51 a 60 anos (30,58%) e de 41 a 50 anos (24,79%). Média de 500 mL retirado por procedimento. Quanto à frequência, 27 pacientes submeteram-se ao procedimento de 8 a 26 vezes em dois anos. Todos realizaram o procedimento em intervalos de 15 ou 30 dias. Entre as indicações clínicas, a hemocromatose sem ou com mutação genética (HH) diagnosticada foi a mais comum, afetando 57,02%. Outros diagnósticos foram observados: hiperferritinemias (29,76%), hiperferritinemias com perfil genético negativo (4,13%), policitemia secundária (4,13%) e policitemia (2,48%). Casos de porfiria, síndrome metabólica e talassemia menor foram observados em 0,82% cada.

Discussão

Ribeiro (2022) e Zilio (2018) observaram prevalência de pacientes do sexo masculino (83,5% e 84,1%), similar ao presente estudo (92,66%). Constatado média de 52 anos. De acordo com os autores, os pacientes apresentaram média de 46 e 53 anos, nesta ordem. O volume retirado segue guidelines (USP, 2024) que sugerem não ultrapassar de 500 mL por sessão. Dentre as indicações clínicas, Santos (2022) em SP relata que 45% dos pacientes apresentam HH, enquanto Ribeiro (2023) na BA traz 84,48%. Em SC (Zilio, 2018) demonstra que 56,8% apresentam HH. No presente estudo, foi encontrado 57,02% dos pacientes com hemocromatose concordando que tais dados variam de acordo com a região estudada.

Conclusão

De 2022 a 2023 foram realizadas 613 sangrias terapêuticas, sendo predominante o sexo masculino, de 51 a 60 anos e hemocromatose a comorbidade com maior índice. A frequência indicada pelos hematologistas para controle dos diagnósticos é maior do que previsto na legislação brasileira. A sangria terapêutica serve no tratamento e controle de doenças e o diagnóstico precoce da hemocromatose por meio de testes moleculares é essencial, sobretudo em pacientes com altos níveis de ferritina para auxiliar na prevenção de sintomas e melhora da qualidade e expectativa de vida desses pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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