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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2585
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ANÁLISE DO ESCORE DE FRAGILIDADE VERSUS AVALIAÇÃO SOCIOECONÔMICA EM UMA COORTE PROSPECTIVA DE VIDA REAL, DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO RECÉM DIAGNOSTICADOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
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VV Santos, RJP Magalhaes, A Maiolino
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O mieloma múltiplo (MM) representa 15% das neoplasias hematológicas e acomete com maior prevalência os idosos. Em dados norte-americanos a idade média é de 69 anos e estima-se que nos próximos 15 anos a incidência dessa doença será o dobro. No diagnóstico, um terço dos pacientes têm 75 anos ou mais e somente 10% mais do que 85 anos. O avanço da idade já foi apontado em diferentes estudos como um fator prognóstico adverso em pacientes com MM, entretanto sabe-se que essa população de pacientes é heterogênea sendo que uma avaliação mais detalhada do status funcional ou fragilidade deve ser feita em todos os pacientes. No Brasil, dados do IBGE apontam para uma população jovem e com uma expectativa de vida menor do que em países europeus e norte-americanos, além de distintas realidades socioeconômicas com profundas diferenças quanto aos cuidados de assistência primária, acesso a saúde e a informação. Em séries retrospectivas e ensaios clínicos nacionais já foi reportado que é comum: alta carga tumoral, estádios avançados e aumento da mortalidade precoce possivelmente relacionados ao retardo no diagnóstico, além de diferentes formas de tratamento do MM entre pacientes assistidos no serviço público e na assistência de saúde suplementar.

Objetivos

Analisar com os índices de fragilidade compostos por escalas geriátricas e de comorbidades e conjugar com os dados socioeconômicos afim de melhor entender a população de idosos com MM assistidos no Brasil.

Material e métodos

Para o cálculo do escore de fragilidade IMWG foi utilizado o sistema de pontuação baseado na idade e nas escalas de avaliação geriátricas: ICC- Indice de comorbidades de Charlson; ADL-Atividade de Vida Díaria de KATZ e IADL- Instrumento de atividade de vida diária de Lawton. Para avaliação socioeconômica foi utilizado o questionário para avaliação socioeconômica da Associação Brasileira de Empresas –ABEP – que inclui: nível educacional, acesso a água encanada, rua pavimentada e propriedade de bens (rádio, televisão, geladeira, máquina de lavar, aparelho de DVD, automóvel, presença de empregada doméstica).

Resultados

Um total de n = 51 pacientes diagnosticados com MM, 28(55%) tinham idade ≥ 65 anos, a idade mediana da população estudada foi de 65(36-91) anos. O Performance Status ECOG (0-4) no diagnóstico na população total do estudo foi: 0-n = 1 (2%), 1-n = 6 (12%), 2-n = 10 (20%), 3-n = 28 (55%), 4-n = 6(12). O escore de fragilidade IMWG foi: Fit n = 4 (8%), Intermediario n = 12 (24%) e Frail n = 35 (69%). O escore socioeconômico foi: A-n = 0(0%), B-n = 9(18%), C-n = 26(51%), D- E=16(31%).Um dado observado foi o nível de escolaridade: Analfabetos=9 (17%), Fundamental incompleto=13 (25%),Fundamental completo=10(21%), Médio=13(25%), Superior=6(12%).

Discussão e conclusão

Nesta análise preliminar, observamos que 82% dos pacientes pertencem as classes C, D e E. Encontramos um escore de fragilidade alto com 69% dos pacientes classificados como frail, números acima dos reportados na literatura pelo IMWG. Na avaliação socioeconômica, 42% dos pacientes tem baixa escolaridade ou são analfabetos. Esses dados indicam uma população de vida real que na prática clínica requerem cuidados especiais de saúde como ajuste nas doses de drogas anti- MM, porém com baixa classificação socioeconômica e baixa escolaridade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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