Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S541-S542 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S541-S542 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
ANÁLISE DE SOBREVIDA DE PACIENTES COM MIELOMA MÚLTIPLO EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NO INTERIOR DA BAHIA
Visitas
325
FG Figueiredoa, MM Rochaa, IO Cordeiroa, CL Araújoa, LMF Araújoa, DX Pinhoa, EC Piresb, AM Limac, MS Santosc, EMM Costaa
a Centro Universitário de Excelência (UNEX), Feira de Santana, BA, Brasil
b Unidade de Alta Complexidade e Atendimento em Oncologia (UNACON), Feira de Santana, BA, Brasil
c Faculdade Ages de Medicina, Jacobina, BA, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivo

Descrever a análise de sobrevida de pacientes tratados em um centro de referência em oncohematologia.

Metodologia

Trata-se de uma coorte retrospectiva, no qual 40 prontuários foram selecionados aleatoriamente de um total de 438, na Unidade de Alta Complexidade de Atendimento em Oncologia (UNACON) em Feira de Santana-Bahia, entre 2018 e 2024. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o tipo e a quantidade de tratamentos utilizados: o grupo 1 fez até duas terapias farmacológicas e o grupo 2 três ou quatro. Sete pacientes transplantados foram excluídos da análise, a fim de evitar viés, já que o transplante se apresenta como outra modalidade de tratamento. Três pacientes que abandonaram o tratamento foram excluídos, totalizando ao fim 30 registros. Para comparação dos dados foi utilizado a análise de sobrevivência de Kaplan Meyer e a análise de long Rank para avaliação do p-valor.

Resultados

Foram analisados 30 pacientes, 30% do sexo feminino e 70% do sexo masculino. A média de idade ao diagnóstico foi de 69,26 anos (46-91). Quando comparado o tempo de sobrevida do uso de duas ou menos terapias farmacológicas (n = 20) (tratamento 1) e aqueles que fizeram três ou quatro (n = 10) (tratamento 2), obteve-se uma média de sobrevivência de 1.661,3 dias no tratamento 1 e 1.308,1 dias do tratamento 2. A terapia mais utilizada entre os que fizeram o tratamento 1 foi a CYBORD (25%) e do tratamento 2 foi o CTD (33%). O p-valor foi de 0,672. Quando avaliado a idade no cálculo da regressão de Cox, o tratamento 2 apresentou 1,267 maior risco de morte quando comparado com o 1. Ao se observar a idade, o paciente mais velho tem 1,028 vezes maior risco de morrer.

Discussão

O MM é uma neoplasia incurável, cujotratamento ainda é um desafio. Na comparação dos grupos, tratamento 2 mostrou uma sobrevida discretamente maior do que o 1. Embora a diferença não tenha alcançado significância estatística (p = 0,672), esses dados sugerem que regimes terapêuticos mais intensivos podem estar associados a uma tendência de maior sobrevida, alinhando-se com dados da literatura que destacam os benefícios de terapias contínuas. Estudos com tratamento contínuo têm demonstrado que essa abordagem, como exemplo o uso de lenalidomida ou terapias com bortezomibe, podem prolongar o controle da doença e melhorar a sobrevida livre de progressão. Isso destaca a importância de regimes terapêuticos mais eficazes, que buscam suprimir a evolução clonal e manter a doença sob controle. A ausência de significância estatística no estudo pode ser reflexo do pequeno tamanho amostral. A análise de regressão de Cox indicou que a idade avançada está associada a um risco aumentado de mortalidade, um achado corroborado por estudos que mostram que pacientes mais jovens respondem melhor a terapias intensivas e têm melhores desfechos.

Conclusão

Estudos populacionais, ainda que retrospectivos, são desafiadores pela dificuldade de integrar dados que permitam uma análise real do cenário do tratamento no Brasil, principalmente a nível do Sistema Único de Saúde. Os resultados do estudo evidenciam a dificuldade na análise de dados de um centro de referência no interior da Bahia. É importante ressaltar a necessidade de obtenção deregistros de dados de centros de tratamento de MM, a fim de conhecer melhor a realidade brasileira.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas