Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S173 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S173 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
ANÁLISE DE CONCORDÂNCIA ENTRE METODOLOGIAS DE CONTAGENS DE PLAQUETAS NO ANALISADOR SYSMEXXN-1000 EM PACIENTES COM SÍNDROMES HIPERTENSIVAS GESTACIONAIS
Visitas
298
LM Dionisio
Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Ponta Grossa, PR, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivos

As plaquetas de pacientes com síndromes hipertensivas gestacionais (SHG) são sabidamente maiores e mais ativas do que de gestantes saudáveis, o que se caracteriza por maior volume plaquetário médio (VPM). Considerando que a contagem de plaquetas por impedância elétrica, tecnologia padrão nos analisadores hematológicos automatizados, leva em consideração o tamanho das partículas contadas, esta pode sofrer influência pela presença de plaquetas de volume aumentado. Assim, resultados imprecisos ou falsamente diminuídos nas contagens de plaquetas podem ocorrer nestas situações. Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar a concordância entre os métodos de contagem de plaquetas por impedância (PLT-I) e fluorescência (PLT-F) em pacientes com SHG e VPM aumentado.

Material e métodos

Foram incluídas no estudo 87 pacientes com diagnóstico de hipertensão gestacional (n = 56) ou pré-eclâmpsia (n = 31) e com VPM superior ao valor de referência calculado para gestantes saudáveis de 11,3 fL. As pacientes foram atendidas no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais entre março/2019 a junho/2021. Foram analisados hemogramas obtidos pelo analisador Sysmex® XN-1000, e coletados os parâmetros VPM, PLT-I e PLT-F. Para a análise de dados, foram utilizados os programas Jamovi 2.5.6 e MedCalc. Para verificar a normalidade foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, curtose, assimetria e histogramas. O teste t para amostras emparelhadas foi usado para comparação entre os grupos. Para a concordância entre métodos, foram realizadas análises de Bland-Altman e correlação de Passing-Bablok.

Resultados

Os resultados (média (dp)) de PLT-I e PLT-F foram (187 (54,6)) e (174 (46,6)) respectivamente, havendo diferença significativa entre os mesmos (p = 0,003). Na análise de Bland-Altman, o viés estimado (média (intervalo de confiança de 95%)) foi de 13.400 (4.600 – 22.200). A análise de de Passing-Bablok não indicou desvio significante da linearidade entre as metodologias, com médio grau de correlação entre as mesmas (R de Pearson: 0,676; p < 0,01).

Discussão

A PLT-F é realizada em canal óptico exclusivo para a contagem de plaquetas, com um corante para componentes específicos plaquetários, como mitocôndrias e RNA mensageiro citosólico, o que confere a esta metodologia elevada especificidade. No presente estudo, foi observado que embora não haja desvio significativo da linearidade entre os métodos de PLT-I e PLT-F, o viés estimado pode chegar a valores acima de 20.000. Tal diferença é considerada clinicamente relevante no que se refere à quantidade de plaquetas, principalmente em pacientes com pré-eclâmpsia, em que a plaquetopenia é um achado frequente, e esta pode estar associada a maior gravidade da doença e desfechos negativos. Apesar da PLT-F ser o método mais confiável para contagem de plaquetas, principalmente nos casos de trombocitopenia, condição frequente na PE, tal método não está disponível em todos os analisadores, o que limita seu uso. Assim, é conclui-se que em pacientes com SHG, é recomendado confirmar contagens baixas de plaquetas com uma segunda metodologia, já que a presença de plaquetas grandes pode impactar significativamente a PLT-I.

Conclusão

Houve diferença significativa entre as contagens de plaquetas PLT-I e PLT-F para gestantes com SGH e VPM aumentado. O viés entre as duas metodologias é clinicamente significante, indicando a necessidade de confirmar contagens baixas de plaquetas com um método alternativo nestes casos.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas