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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1223 (outubro 2024)
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ANÁLISE DAS SUBCLASSES DE IGG NO LÍQUIDO AMNIÓTICO E SORO DE GESTANTES COMO INDICADORES DE INFECÇÃO AGUDA POR TOXOPLASMA GONDII
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TI Egilio, PC Pimenta, MC Paschoini, AO Gomes, ACM Oliveira-Scussel
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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HEMO 2024

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Introdução

O Toxoplasma gondii é um parasita intracelular obrigatório capaz de desencadear uma doença que atinge cerca de um terço da população mundial, que é a toxoplasmose. Além da transmissão pela ingesta de alimentos e água contaminada, esse protozoário é capaz de atravessar a barreira placentária, causando efeitos deletérios ao feto, como hidrocefalia, microcefalia, encefalite, coriorretinite, cegueira e retardo metal ou psicomotor, além de aborto. Somente no Brasil, em 2023, foram registrados 9.669 casos de toxoplasmose congênita (TC), o que denota um número expressivo de mulheres que tiveram uma infecção aguda durante a gestação e que a falta de diagnóstico precoce promoveu a infecção do feto. A detecção no soro de anticorpos IgA e/ou IgM anti- T. gondii é a forma de diagnóstico realizada em infecções em fase aguda, e de IgG para infecções que estão na fase crônica; ademais, pode ser realizado a pesquisa do DNA do parasito por PCR no líquido amniótico (LA) obtido por amniocentese, contudo, considerando as limitações de cada método podem gerar resultados falso-negativos ou falso-positivos. Atualmente, a detecção de anticorpos específicos do parasita no LA não é utilizada e nem possui uma padronização para o diagnóstico.

Objetivo

Detectar e correlacionar as subclasses de IgG (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4) e a avidez de IgG total no LA e no soro de gestantes com suspeita de infecção aguda por toxoplasmose, como forma de auxiliar o diagnóstico de TC.

Materiais e métodos

Foram coletadas 54 amostras de LA e 25 de soro materno (SM) de gestantes atendidas no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro e no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, nas quais foram analisadas pelo ensaio imunoenzimático (ELISA) de IgG subclasses e IgG avidez (CEP 4.529.344).

Resultados

Detectou-se a presença de IgG1 em 46 amostras, IgG2 em 5, IgG3 em 3 e IgG4 em 16, no LA; ainda, foram detectadas no SM a presença de IgG1 em 23 amostras, IgG2 em 2, IgG3 em 6 e IgG4 em 3. Ao correlacionar as subclasses com a sua avidez, notou-se uma correlação negativa e significativa de IgG3 no soro. Ainda, a correlação de IgG1 e IgG4 com a avidez no LA, foi positiva e significativa, de modo que houve mais amostras positivas de IgG4 no LA, se comparado com os resultados obtidos do SM.

Discussão

Foi possível detectar as 4 subclasses de IgG anti-T. gondii no SM e no LA, de forma que a IgG1 é a mais prevalente em ambas as amostras. Porém, a segunda mais prevalente no SM foi a IgG3, já no LA foi a IgG4, de forma que tal dado demonstra que os maiores valores de IgG4 estão atrelados a uma maior avidez, isto é, o risco de infecção congênita pode ser menor. Ainda a presença dessas subclasses em contextos distintos sugerem atuações diferentes pelas propriedades nas quais detém, uma vez que IgG3 apresenta maior capacidade de atravessar barreira placentária, bem como estar relacionado com a capacidade de ativação do sistema complemento (SC), além de marcar os fagócitos para a opsonização, enquanto o IgG4 presente em um terço das amostras de LA, tem menor capacidade de atravessar a placenta, não ativa o SC e não realiza opsonização.

Conclusão

Nota-se que a presença de subclasses, tal como IgG3 anti-T. gondii, pode ser no soro um potencial marcador de infecção em fase aguda, em que a infecção fetal é mais propensa de ocorrer. Ademais, a IgG4 anti-T. gondii pode ser uma ferramenta valiosa para auxiliar no diagnóstico de transmissão fetal.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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