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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S298-S299 (outubro 2022)
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Páginas S298-S299 (outubro 2022)
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ANÁLISE DAS REAÇÕES ADVERSAS AO TISAGENLECLEUCEL: UMA REVISÃO DOS PRINCIPAIS ESTUDOS CLÍNICOS
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962
GB Silva, DTM Nascimento, GM Silva, GV Fogolin, LS Magalhães, VRS Fantinelli, GW Gomes
Curso de Graduação em Farmácia, Universidade Cidade de São Paulo (UNICID), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Núm S2
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Objetivo

O presente estudo visa elencar as reações adversas (RAs) reincidentes e relevantes ao tisagenlecleucel (Kymriah®) nos principais ensaios clínicos realizados com esse medicamento.

Material e métodos

A partir da base de dados Clinical Trials (clinicaltrials.gov), foram listados 27 estudos com a palavra-chave tisagenlecleucel, dos quais 4 foram selecionados. Baseando-se nos estudos mais evidentes nas cartas de aprovação das agências regulamentadoras no Brasil e na Europa, sendo eles o ELIANA (NCT02435849), ELARA (NCT03568461), EISIGN (NCT02228096) e JULIET (NCT02445248).

Resultados

Os 4 estudos avaliaram 355 pacientes: 143 portadores de leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B refratária, 115 de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) e 97 de linfoma folicular (LF). Do estudo ELIANA, realizado com 79 pacientes com LLA, os percentuais de pacientes que manifestaram RAs graves foram de 63,29% com síndrome de liberação de citocinas (SLC) e 18,99% com neutropenia febril. Outras RAs reportadas foram 37,97% com hipogamaglobulinemia e 31,65% com anemia. No estudo EISIGN, também de LLA, realizado com 64 pacientes, as taxas de SLC foram de 64,06% e de neutropenia febril de 35,94%. Referente às RAs não graves, destaca-se a hipogamaglobulinemia com 51,56%, e a anemia com 42,19% dos casos. O estudo ELARA, realizado com 97 pacientes, demonstrou que apenas 19,59% dos doentes manifestaram SLC grave e 6,19% neutropenia febril grave. Sobre as RAs não graves, a neutropenia apresentou 42,27% e a SLC somente 30,93%. Em referência aos pacientes com LDGCB, o principal estudo em andamento é o JULIET, realizado com 115 pacientes e que, até o momento, apresentou as seguintes RAs graves: 27% de SLC e 8,7% de neutropenia febril. Outras RAs observadas foram a trombocitopenia, com 39,1% dos pacientes, e eventos neurológicos, em 20%.

Discussão

O tisagenlecleucel é uma terapia que utiliza células T autólogas geneticamente modificadas para expressar o receptor de antígeno quimérico (CAR) anti-CD19, capaz de reconhecer a célula tumoral e favorecer sua eliminação. Esse modelo de terapia celular é denominado células CAR-T. Os ensaios clínicos analisados estudaram a efetividade e segurança desse medicamento na LLA de células B refratária, LGCDB e LF. Dentre as RAs reportadas, a SLC é uma resposta aguda do organismo com uma acentuada produção de citocinas, e seus sintomas envolvem febre alta, calafrios, mialgia, artralgia, náusea, vômito, entre outros. A hipogamaglobulinemia é definida por de uma diminuição dos níveis séricos de anticorpos, o que pode resultar em imunodeficiência. Embora as RAs apresentadas tenham sido reincidentes e graves nos estudos avaliados, todas são manejáveis para garantir a segurança do paciente. Ademais, algumas RAs como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, embora observadas nos estudos com o tisagenlecleucel, apresentaram baixa incidência quando comparamos ao observado nos tratamentos convencionais como a quimioterapia e a radioterapia.

Conclusão

As principais RAs reportadas nos estudos com tisagenlecleucel foram a SLC, neutropenia febril, anemia e hipogamaglobulinemia, sendo as duas primeiras consideradas mais graves. São necessários mais dados em grande escala sobre a segurança do tratamento para melhor quantificação, manejo e prevenção das RAs.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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