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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S396-S397 (outubro 2024)
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ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS GENES LARS1, LARS2, IARS1 E IARS2 ASSOCIADA AO DESFECHO CLÍNICO DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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IC Santosa, MT Reis-Silvab, VJ Silvab, PL França-Netob, JL Coelho-Silvab, AR Lucena-Araújob, MT Bessonia, AMG Aguiarb, LP Santosb, BV Alcântarab
a Curso de Biomedicina, Centro de Biociências, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Departamento de Genética, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

Analisar o impacto clínico da expressão gênica diferencial dos genes LARS1, LARS2, IARS1 e IARS2 de acordo com as características e desfechos clínicos de pacientes com LMA.

Metodologia

Foram utilizados dados públicos do The Cancer Genome Atlas (LMA-TCGA) e do BeatAML, abrangendo um total de 333 pacientes adultos com LMA de novo tratados com protocolo de indução 3+7. Os dados de expressão gênica dessas coortes foram obtidos através da técnica de RNA-seq e dicotomizados por um algoritmo de maximização de métricas utilizando a sobrevida global como desfecho preferencial. A análise estatística foi realizada com o auxílio dos softwares SPSS Statistics 19.0 e R, utilizando os testes de Mann-Whitney e qui-quadrado para análises de associação, e o teste de Log-rank para a sobrevida. Resultados com p-valor < 0,05 foram considerados significativos.

Resultados

Inicialmente, foi realizada a análise da expressão gênica na coorte do TCGA, na qual os genes LARS1 e IARS1 foram associados à classificação FAB (p-valor < 0,001 e 0,011), enquanto o gene LARS2 apresentou associação com idade menor, quando em alta expressão, (p-valor 0,035) e classificação FAB (p-valor 0,001). A seguir, as análises foram estendidas para a coorte BeatAML, na qual LARS1 mostrou associação com sexo (p-valor 0,031), e LARS2 com risco molecular (classificação do European LeukemiaNet 2022) (p-valor 0,032), classificação FAB (p-valor 0,004), FLT3-ITD (p-valor 0,017), contagem de leucócitos (WBC) (p-valor < 0,001) e percentual de blastos na medula óssea (MO) (p-valor 0,005). O gene IARS1 foi associado à classificação FAB (p-valor 0,028), mutação em NPM1 (p-valor 0,032) e percentual de blastos na MO (p-valor 0,003), enquanto IARS2 foi associado a sexo (p-valor < 0,001) e NPM1 (p-valor 0,006). Por fim, foram realizadas análises de sobrevida global, em que se revelou a associação entre a alta expressão de LARS2 e IARS2 e um pior desfecho clínico, sendo LARS2 significativo na coorte TCGA (p-valor 0,020) e na coorte BeatAML (p-valor 0,005), enquanto IARS2 foi significativo na coorte BeatAML (p-valor 0,028). Os genes LARS1 e IARS1 não apresentaram associação significativa com a sobrevida global.

Discussão

Assim, dado que a LMA é uma doença clínica e geneticamente heterogênea, e que estudos têm relatado a relação entre o metabolismo dos BCAAs, sendo eles a valina, leucina e isoleucina, e a severidade de diversos tipos de neoplasias, especialmente a LMA, torna-se crucial estudar a Leucina-tRNA sintetase (LARS) e a Isoleucina-tRNA sintetase (IARS). Este estudo destaca a importância das isoformas mitocondriais LARS2 e IARS2, que apresentaram diferenças significativas na sobrevida global dos pacientes. Alterações no metabolismo mitocondrial podem afetar a dinâmica das células leucêmicas e, consequentemente, o prognóstico da doença, justificando a relevância dessas descobertas.

Conclusão

Portanto, todos os genes estudados mostraram alguma associação com características clínicas, porém apenas as isoformas mitocondriais tiveram um impacto significativo na sobrevida global das coortes analisadas. Assim, é essencial realizar estudos adicionais sobre esses genes, que desempenham um papel crucial no metabolismo dos BCAAs.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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