O linfoma é um tipo de câncer originado nos linfócitos, encontrados nos gânglios linfáticos, que compõem o sistema linfático do corpo. São classificados em dois grupos (Hodgkin e não Hodgkin), ambos se comportando em graus e sinais de agressividade diferentes. Os linfomas não Hodgkin (LNH) são mais comuns que os de Hodgkin (LH) e, representam um grupo de linfomas com mais de 20 subtipos. Já os linfomas de Hodgkin são uma forma especializada de linfomas que se caracteriza pela presença de uma célula anormal denominada de Reed- Sternberg, linfócito binucleado com formato característico que confere a aparência popular de ‘olhos de coruja’.

Analisar e comparar a prevalência de internações e óbitos por linfoma de Hodgkin e linfoma não Hodgkin nos últimos cinco anos no Estado de São Paulo.

Estudo ecológico, de série temporal, realizado através do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/DATASUS), com dados secundários do período de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. A coleta de dados foi realizada a partir das variáveis de interesse: ’internação’, ‘óbitos’, ‘taxa de mortalidade’, ‘caráter de atendimento’ e lista CID-10 para ‘Doença de Hodgkin’ e ‘Linfoma não-Hodgkin’.

Foram registrados 3.066 internações por Linfoma de Hodgkin nos anos de 2019 a 2023 no estado de São Paulo, sendo que deste valor, 2.045 internações foram classificadas como eletivas e 1.021 de urgência. A região apresentou ao total 84 óbitos e taxa de mortalidade média por ano de 2,74%. Ao realizar-se uma análise destes dados, é possível notar que o ano com o maior número de internações foi 2023, com 717. Já no que se refere ao Linfoma não Hodgkin, o estado de São Paulo apresentou nos últimos cinco anos o total de 9.484 internações, sendo 4.832 internações eletivas e 4.652 de urgência. E, diferente da doença de Hodgkin, o ano com maior número de internações por linfoma não Hodgkin foi 2021 com o valor de 1.958. Por fim, o estado de São Paulo apresentou 617 óbitos por LNH, atingindo a taxa de mortalidade de 6,57%, sendo 2022 e 2023 os anos com maiores números de óbitos com 149 e 131, respectivamente.

A análise temporal dos dados revela variações anuais nas internações, com picos observados em determinados anos, como 2021 para linfoma não Hodgkin e 2023 para linfoma de Hodgkin. Essas flutuações podem ter sido influenciadas por fatores epidemiológicos, mudanças na prática clínica e detecção da doença. Já as altas taxas de mortalidade por linfoma não Hodgkin, particularmente nos anos de 2022 e 2023, sugerem a necessidade de estratégias de intervenção mais eficazes para melhor resultados clínicos e impacto da doença na região.

A vigilância epidemiológica é uma medida de controle importante para a análise e interpretação da evolução que determinada doença tem tido ao longo do tempo, para que se possam desenvolver estratégias mais eficazes de prevenção e tratamento, visando reduzir sua incidência e melhorar o prognóstico e qualidade de vida dos pacientes afetados. Além disso, a pesquisa científica contínua sobre os linfomas é de suma importância para ampliar o conhecimento sobre a doença e dessa forma, permitir avanços significativos no campo da onco-hematologia e da saúde pública.