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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S655-S656 (Outubro 2022)
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ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM PACIENTES COM COVID-19: REVISÃO SISTEMÁTICA E METANÁLISE
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441
LG Costaa, PIM Souzaa, M Pereirab, MMS Netoa
a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador, BA, Brasil
b Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil
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Objetivo

Realizar uma revisão sistemática com metanálise sobre as manifestações hematológicas da COVID-19, comparando as alterações entre os grupos de gravidade clínica: doença leve ou moderada versus doença grave ou crítica.

Material e Métodos

Foi realizada uma revisão sistemática baseada no protocolo PRISMA 2020, nas bases de dados Pubmed, Embase, LILACS e SciElo, usando os seguintes descritores do MeSH: COVID-19 ou SARS-CoV-2; hematological tests; erythrocyte count, red blood cell count, leukocyte count, platelet count, ferritin, coagulopathy, prothrombin time, partial thromboplastin time, c-reactive protein e fibrinogen. Foram excluídos artigos não disponíveis na íntegra, revisões de literatura, revisões sistemáticas, opiniões de experts e artigos que não faziam a comparação dos parâmetros entre os grupos de gravidade. O software Stata versão 14.0 foi utilizado para a análise estatística e foi feito cálculo de risco relativo com Intervalo de Confiança de 95% para avaliar as diferenças entres os grupos. A heterogeneidade foi calculada com o teste do ꭓ2 e o teste do I2. A heterogeneidade significativa foi definida com p<0,10 ou I2 >50%.

Resultados

A pesquisa sistemática identificou um total de 2.682 artigos, sendo que ao final da triagem, 55 foram selecionados para a revisão e 18 para metanálise. Os artigos selecionados arrolaram um total de 13.289 participantes, sendo 10.312 com quadro clínico leve a moderado e 3.977 com quadro clínico grave a crítico. As médias de idade foram de 49,8 anos para participantes com doença leve a moderada e de 61,3 anos para o grupo de doença grave a crítica. As mulheres representaram 44,5% dos indivíduos do grupo com doença leve e 32,94% dos indivíduos do grupo grave. Identificou-se que os valores médios de leucócitos (SMD=0,47; 95% IC 0,24‒0,70; I2=86,2%), neutrófilos (SMD=1.44; 95% IC 0,92‒1,96; I2=0,0%), PCR (SMD=3,98; 95% IC 2,6‒5,80; I2=98,2%), ferritina (SMD=1,13; 95% IC 0,57‒1,69; I2=72,6%), fibrinogênio (SMD=0,55; 95% IC 0,16‒0,93; I2=40,5%) e TP (SMD=0,53; 95% IC 0,24‒0,82; I2=55,0%) foram significativamente mais elevados e a contagem de linfócitos (SMD = -1,25; 95% IC -1,67 ‒ -0,83; I2=95,7%) foi significativamente reduzida no grupo de doença grave.

Discussão

A infecção por SARS-CoV-2 induz uma série de mudanças nos exames laboratoriais e algumas delas podem ser usadas para monitorar a gravidade e prever o prognóstico. Diversos trabalhos demonstraram que casos graves são mais propensos a níveis elevados de leucócitos, neutrófilos, aumento da ferritina e alargamento do TP. Apesar de o presente trabalho não demonstrar associação entre níveis de plaquetas e gravidade da doença, vários estudos sugerem que a trombocitopenia também está significativamente associada à doença grave. Neste estudo também não foram observadas diferenças significativas entre os níveis de D-dímero dos grupos avaliados, mas outros trabalhos apontam que a elevação do D-dímero é um fator de risco independente para morte.

Conclusão

Os indivíduos com COVID-19 grave apresentaram redução da contagem de linfócitos e elevação de leucócitos, neutrófilos, PCR, ferritina, fibrinogênio e TP.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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