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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S640-S641 (Outubro 2022)
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ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS EM PACIENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL, ACHADOS DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE ÁREA ENDÊMICA
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GS Cruza,b,c, VC Santosb,c, JJD Santosb, CM Santosc, SMG Queirozb, LTC Silvab, GS Sant'annab, BPJS Sant'annab
a Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Universidade Federal de Sergipe (UFS), São Cristóvão, SE, Brasil
b Hospital Universitário de Sergipe (EBSERH), Aracajú, SE, Brasil
c Grupo de Pesquisa em Hematologia, Imunologia e Medicina Transfusional (GHIMT), Brasil
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Introdução

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença tropical negligenciada que continua sendo importante agravo no Brasil, mais especificamente no Nordeste brasileiro. Apesar de tentativas de controle dessa endemia o Brasil continua sendo a origem de 90% dos casos no continente americano. O agente causador da LV no Brasil é a Leishmania infantum que ao adentrar no hospedeiro vertebrado infecta células do sistema fagocítico mononuclear o que pode levar a significativas alterações hematológicas. O presente estudo busca avaliar alterações hematológicas em pacientes admitidos com o diagnóstico de LV em hospital de referência no tratamento dessa enfermidade.

Métodos

Foram acompanhados todos os pacientes admitidos com o diagnóstico de LV dentre o período de 12/2016 ‒ 12/2020. Foram coletados dados demográficos, clínicos e laboratoriais. Resultados compilados em planilha eletrônica de uso comercial, estatística descritiva e cálculos estatísticos foram realizados pelo BIOESTAT®.

Resultados

No período houve 70 diagnósticos de LV, 2 foram excluídos da análise por co-infecção com HIV. Os pacientes eram maioria do sexo masculino (75,0%). A idade mediana ao diagnóstico foi 20 anos (0‒93 anos), sendo 57,8% maior que 20 anos de idade. Dos pacientes com LV o tempo mediano entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de 30 dias (1‒770 dias). Dentre os sintomas e sinais clínicos, febre, palidez muco-cutânea e perda ponderal foram mais comuns, presente em 91,2%, 83,8% e 80,9% dos pacientes, respectivamente. Das alterações hematológicas a anemia estava presente na totalidade dos casos. A média de hematócrito e hemoglobina foram 25,4% e 8,2 g/dL, respectivamente. O risco de receber hemotransfusão foi 2,4 vezes maior dentre os pacientes com doença de alto risco (95% IC 1,21‒4,66; p=0,029). Leucopenia esteve presente em 82,76% e trombocitopenia em 50,88% dos casos. Neutropenia significativa esteve presente em 51,72% e a neutropenia febril foi complicação em 28,2%. Dentre os casos, 4 pacientes tinham critérios de Linfohistiocitose Hemofagocítica (HLH), dentre os quais houve 1 óbito, o único de todo levantamento. Coagulopatia não foi alteração hematológica significativa dentre os pacientes.

Conclusão

A LV continua sendo importante endemia em nosso meio e é causa importante de alterações hematológicas. É muito relevante que o médico, principalmente de áreas endêmicas, tenha o conhecimento que alterações sanguíneas podem ter como causa a LV. O reconhecimento pode favorecer o diagnóstico precoce, pois ainda é tardio no nosso meio, e, dessa forma, evitar complicações graves e potencialmente letais como a neutropenia febril e HLH.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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